A página Crianças da edição de hoje do Público destaca o musical O Feiticeiro de Oz. Uma escolha de Helena Melo.
Depois de Lisboa e Porto, chega na próxima quinta-feira ao Algarve o musical de Filipe La Féria, a partir do livro de Frank L. Baum. O Feiticeiro de Oz conta a viagem de Dorothy e do seu cão Totó, depois de “sugados” por um tornado, até à cidade onde vive o mágico de Oz. Pelo caminho, encontram um espantalho sem cérebro, um homem de lata que deseja ter um coração e um leão sem coragem. Maiores de 3.
Portimão Tempo – Teatro Municipal de Portimão (Largo 1.º de Dezembro). Tel.: 282402475/961579917; 5ª a dom. às 19h. De 5 a 29 de Agosto. Bilhetes de 7,50 a 12,50 euros
A nossa escolha de livros foi esta:
Ana Saldanha é uma autora que escreve para a juventude com muita inteligência e talento. Neste Todo-o-Terreno e Outros Contos, mais uma vez mostra como se podem tratar assuntos delicados com elegância. Em curtas histórias, dá um retrato das necessidades e contrariedades de quem tem de viver à mercê das contradições dos adultos. E mostra como alguns deles são perigosos para as crianças e jovens. Há dois contos que falam de assédio e pedofilia, “Todo-o-Terreno” e “Na Teia”. O tema é violento, mas a abordagem é de uma grande sensibilidade (e utilidade). Noutro registo, a ironia com que se descrevem diferentes quotidianos familiares torna viciante a leitura das histórias que ficciona. Um caso exemplar é o do conto “Três letras”. Há muita lucidez neste livro. E na autora.
Todo-o-Terreno e Outros Contos
Texto Ana Saldanha
Capa João Maio Pinto
Edição Editorial Caminho
108 págs., 8,90 euros
A história é muito simples: um rapaz quer construir um comboio. Reúne o material para o fazer e vai perguntando à mãe alguns pormenores. Os que ela sabe (“quantas rodas tem uma locomotiva?”) diz-lhe. Os que não sabe (“quantas janelas tem a carruagem de passageiros?”) não sabe. Mas ele não se atrapalha, consulta um livro de comboios e acaba por levar a sua obra até ao fim. Percebe-se que não será a última. O autor e a ilustradora, sul-coreanos, conseguem criar uma atmosfera muito calma e serena. A sucessão de imagens do desenho, colagem e montagem do comboio em cartão, além de esteticamente muito interessante, convida o leitor a construir algo. Mesmo que já não seja tão pequenino como o rapaz.
O Pequeno Inventor
Texto Hyun Duk
Tradução Yunseon Yang e Pedro Moura
Ilustração Cho Mi-ae
Edição Orfeu Negro
24 págs., 13,50 euros