Termina hoje a conferência Uma Árvore de Leituras — Lançar Sementes, na Biblioteca D. Dinis, em Odivelas. Letra pequena online esteve lá ontem, a moderar o painel Álbuns de Imagens.
(Trouxemos aqui esta imagem porque resultou de uma semente lançada noutro contexto. Duas professoras conseguiram que um aluno, convencido de que não sabia desenhar, criasse a árvore que aqui se reproduz. Imprimiram-na depois num saco de pano. Costumamos usá-lo. Obrigada, Ana. Obrigada, Simone.)
Voltando à conferência.

“Antes, muito antes”, disse Helena Rodrigues. Considerou a leitura como “um afluente de comunicação” e lembrou-nos que ler é, afinal, “seguir trilhos sonoros interiorizados”. Primeira Bichofonia (na imagem) é um dos projectos com a sua assinatura.
À comunicação deu o título Da música das palavras às palavras com música. E cantou.
Para visitar a Companhia de Música Teatral, abra o pano.
Eduarda Coquet (professora na Universidade do Minho, no Instituto de Educação, dirige o curso de Mestrado em Ensino de Educação Visual e Tecnológica) trouxe-nos o seu saber e experiência sobre histórias não escritas. Recordou-nos como a tradição oral enriquece a nossa memória e exercita a imaginação. Mas de como a imagem, por seu lado, concentra e condensa mais informação, tornando-se mais complexa que o texto escrito.
Partilhou connosco exemplos e conclusões de experiências de leitura de livros sem texto feitas com crianças em idade pré-escolar, para o que usou o livro OH!, da Kalandraka (na imagem). E questionou ainda a preparação dos adultos que trabalham com crianças para “capitalizar” este tipo de actividades. Será que conseguem levá-las a saber descodificar gramáticas visuais?
Partilhou connosco exemplos e conclusões de experiências de leitura de livros sem texto feitas com crianças em idade pré-escolar, para o que usou o livro OH!, da Kalandraka (na imagem). E questionou ainda a preparação dos adultos que trabalham com crianças para “capitalizar” este tipo de actividades. Será que conseguem levá-las a saber descodificar gramáticas visuais?
Histórias com vida em livros sem letras foi o nome atribuído à sua comunicação.
(Por estes dias, Letra pequena online mostrará melhor o livro Oh!, de Josse Goffin.)

Eva Mejuto (jornalista e especialista em Literatura Infantil, autora, dirige a área internacional da editora OQO) falou da dupla narrativa de um álbum ilustrado. A do texto e a da imagem. Considerando-as narrativas independentes, complementares e mutuamente ampliadoras de sentido.
Disse que o álbum ilustrado só será compreendido se as imagens forem lidas, desfrutando-se dos recursos importantes que oferecem. O álbum como o primeiro museu que uma criança visita e como o seu primeiro contacto com a arte. E falou ainda da importância de educar visualmente as crianças no propósito de lhes incutir sensibilidade e critérios de avaliação e fruição estética. Outra semente que deve ser lançada bem cedo.
Disse que o álbum ilustrado só será compreendido se as imagens forem lidas, desfrutando-se dos recursos importantes que oferecem. O álbum como o primeiro museu que uma criança visita e como o seu primeiro contacto com a arte. E falou ainda da importância de educar visualmente as crianças no propósito de lhes incutir sensibilidade e critérios de avaliação e fruição estética. Outra semente que deve ser lançada bem cedo.
A sua comunicação intitulava-se Para que servem as imagens.
Expressiva e divertida, Eva Mejuto falou em “portullego” (designação sua para a mistura de português e galego, não “portuñol”, mas “portullego”). Entre vários livros que apoiaram a sua exposição, estava a doce Chocolata.
(Sobre Chocolota, publicou-se, em 2008, esta página.)

Teresa Corchete Sánchez (professora especializada em Ensino Pré-escolar, Educação Especial, trabalha há mais de 20 anos no Centro Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Salamanca, que pertence à Fundação Germán Sánchez Ruipérez) alertou-nos para a função das imagens num livro. De como transcende a simples decoração e ornamentação do texto.
Falou-nos do alfabeto e gramática visuais como códigos próprios que devem ser facultados às crianças logo que possível. Ou seja, em bebés. Expôs estratégias de utilização do álbum em contexto pedagógico, organizadas segundo três eixos: o álbum, o leitor e o mediador.
Falou-nos do alfabeto e gramática visuais como códigos próprios que devem ser facultados às crianças logo que possível. Ou seja, em bebés. Expôs estratégias de utilização do álbum em contexto pedagógico, organizadas segundo três eixos: o álbum, o leitor e o mediador.
Uma comunicação muito bem organizada e apelativa, que tinha como título Ninos “ilustrados” — Las actividades com álbumes como contexto de aprendizajes.
(Teresa Corchete Sánchez mostrou Selma, para problematizar a idade dos destinatários de certos livros. Temos também intenção de voltar a mostrá-lo aqui no blogue.)
Se quiser ficar a saber o que faz a Fundação Germán Sánchez Ruipérez, venha até Salamanca.
também quero não conseguir desenhar para fazer aquela árvore. linda.