Pai, eu não tenho pilinha porquê?
O interrogatório sobre o acto sexual, o nascimento, o período menstrual ou a masturbação virá uns tempos mais tarde. Mas não pense que se livra, eles não desarmam.
São três as ideias principais a reter quando se trata de transmitir aos miúdos conhecimentos sobre sexualidade — dizer sempre a verdade, agir com naturalidade e estabelecer limites. Quem o afirma é Ana Maria Jorge Cardoso Allen Gomes, psicóloga clínica da equipa de consulta de sexologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra, que ajudou a Pública a encontrar respostas adequadas e satisfatórias para as crianças.
Abrir a barriga para tirar um bebé não os surpreende, mas, quando se lhes explica o método natural de nascimento, parece-lhes impossível que se consiga transpor uma saída tão pequena. A verdade é que até a certos adultos não deixa de fazer confusão.
O exemplo da elasticidade de uma camisola de gola alta, que consegue passar através da cabeça e novamente se ajustar ao pescoço, pode ser uma boa forma para explicar a chegada de um novo elemento à família. (…)
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Em papel
Pelos piores motivos, a discussão sobre a aprendizagem da sexualidade voltou aos meios de comunicação social. Lembrámo-nos de recuperar um texto publicado em 2001 (14 de Janeiro), com a ajuda da especialista Maria Jorge Cardoso Allen Gomes (da equipa de consulta de sexologia dos Hospitais da Universidade de Coimbra). O texto saiu na revista Pública, na rubrica Miúdos e com ilustração de Cristina Sampaio (como decerto já identificaram).
Era assim:
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Texto Rita Pimenta Ilustração Cristina Sampaio
As inevitáveis interrogações sobre como nascem os bebés, qual o motivo por que o pai tem uma pilinha e a mãe não, ou que fraldinhas são aquelas que a mamã guarda no armário continuam a embaraçar os adultos. Não se atrapalhe nem se esquive a responder, é escusado. Aqui ficam algumas pistas. Sem fantasmas.
Quando chega a idade dos porquês, por volta dos três anos, começa o dilúvio de perguntas. A todas as horas e sobre todos os assuntos. Por isso, é natural que um dia a pequenota se interrogue por que motivo não tem pilinha ou o rapazinho descubra que falta uma peça à mamã. E isto é só o começo das perguntas ditas “embaraçosas”.
O adulto, ao transmitir a verdade, deverá fazer uso dos conceitos que a criança já disponha e, quando possível, socorrer-se de imagens que facilitem a passagem da informação. Ao se aperceberem, por exemplo, de que os bebés se desenvolvem na barriga das mães, rapidamente passam à pergunta seguinte — e saem por onde?
Gostarimos de chamar a atenção para o livro “Educar para uma sexualidade harmoniosa”, de Ana Mafalda Damião,um guia para a educação sexual junto dos mais pequenos, que foi apresentado no Clube Literário do Porto. Deixamos-lhe o link: http://clubeliterariodoporto.blogspot.com/2009/04/dia-18-de-abril-apresentacao-do-livro.htmlOs nossos melhores cumprimentos e muitos parabéns pelo blogue!