A Ambar faz 70 anos e, por esse motivo, organizou o 1.º Encontro de Literatura Infantil, a que deu o nome de Dialectos do Sonho. Tudo se passa no Porto, na Fundação António Cupertino de Miranda. Hoje é o segundo dia de trabalhos e o programa pode ser consultado aqui.

Ontem, falou-se (discutiu-se e discordou-se) sobre a tradição oral na literatura infantil em Portugal. “Actualizar” ou não as palavras e os contextos das histórias que se recolhe e o rigor na identificação das fontes foram alguns dos aspectos em debate.
O primeiro painel da tarde reflectiu sobre a obra de José Jorge Letria na literatura infantil. Uma professora e investigadora, uma ilustradora e uma livreira partilharam um retrato vivo e emotivo da obra de um dos mais lidos escritores neste sector da literatura. Também ele revelou os caminhos que o fizeram chegar a este tipo de narrativas.
Por último, abordou-se a ilustração em Portugal. Aí, os ilustradores presentes confirmaram que houve um salto qualitativo positivo nos últimos anos e deram a conhecer os seus receios e anseios face às mudanças no sector da edição. Todos lamentaram o desaparecimento da Campo das Letras. Aqui também se lamenta.
Letra pequena online hesitou em divulgar informações sobre este encontro. Quem está deste lado do ecrã segue a regra profissional de não noticiar encontros em que participa. No entanto, ao longo do dia de ontem, escutou vários argumentos que iam no sentido de que os leitores/visitantes poderiam sentir-se (e ser de facto) lesados por o blogue os ter privado de tomar conhecimento do congresso. Ou de, na impossibilidade de se deslocarem até lá, nada ficarem a saber do que se passou. Daí esta mensagem sobre o dia de ontem, mas ainda sem certezas de que esta prática será seguida.
No entanto, obrigada a todos pelos contributos para esta reflexão.