Um dia em cheio na Gulbenkian

Era de esperar, mas ainda assim deve ser dito (no caso, escrito): o dia de ontem foi bem passado (e pensado). O congresso internacional Formar Leitores para Ler o Mundo, na Gulbenkian, em Lisboa, estava muito concorrido e com um ambiente feliz.
Letra pequena online e outros (muitos) ficaram privados de assistir “ao vivo” a algumas comunicações, mas encontraram sempre lugar confortável nos outros espaços disponíveis com ecrãs e tradução simultânea.
(Para a próxima, levantemo-nos mais cedo!)

João Paulo Cotrim, da Casa da Leitura, falava em 700 inscrições recebidas até ontem, “mas temos de contar sempre com desistências”, disse-nos. E com “penetras”, acrescentámos.
Nestas situações, bater com o nariz na porta não nos pode entristecer, só alegrar.

Destaque para a performance-comunicação do livreiro e contador de histórias Pep Duran (Catalunha), que divertiu e comoveu. O mesmo para o espectáculo final da Biblioteca Municipal de Beja, Um Lugar Imenso, talvez da Cultura à Arte — Arte performativa com pais e filhos (embora só tivéssemos visto mães… à excepção do pianista).
Eram todos muito talentosos e expressivos (deliciosa a explosão de descompressão espontânea nos bastidores, mas perceptível na audiência).

Há no entanto um reparo a fazer à organização: a exposição de José Antonio Portillo, Artifícios para Contar e Criar Histórias (Eu estava lá!), não tem o espaço, a visibilidade e a promoção que merece. Mais, deveria prolongar a sua permanência em Lisboa.
A oportunidade de se escutar o comissário/autor de uma exposição-biblioteca tão singular e poderosa não deveria reduzir-se aos inevitáveis curtos intervalos de um congresso tão participado. É injusto para quem expõe e para quem (não) visita.
Duvida-se (mas sem confirmação) de que alguma escola, mesmo de Lisboa, tenha conseguido organizar visitas para os seus alunos.
José Antonio Portillo disse-nos no entanto que a exposição vai agora para a Biblioteca Municipal de Beja. Merece a viagem.

Também se faz mea culpa por a exposição não ter sido divulgada nas páginas do Público de ontem (aqui). Convida-se por isso o leitor/visitante a conhecer um texto publicado em 2005 sobre a única obra do professor e artista editada em Portugal, de onde se retirou a imagem que antecede “esta conversa toda”. Venha.

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