Depois de anos “na lavoura” com os irmãos, João Henrique Cota decidiu seguir sozinho o negócio das vacas leiteiras (na Terceira, há cerca de 60 mil habitantes para o dobro de gado bovino) e aprender a produzir queijo artesanal com um queijeiro da freguesia vizinha.

“Ele não tinha filhos e pensei que ele mais tarde pudesse acabar com aquilo. [E como eu] tinha as minhas próprias vacas, pensei que se um dia ele desistisse e antes me ensinasse a fazer o queijo, eu podia fazer o circuito todo: ordenhava as vacas, produzia o queijo e depois vendia”, conta João Henrique. “Comecei logo a pensar que [aliar isto com] o turismo também seria uma solução.”

Em 1998, abriu a sua própria fábrica em Cinco Ribeiras, chamada Queijo Vaquinha. Era uma casa pequenina, “muito artesanal” e “sem condições”, mas começou a ser ponto de visita obrigatório para muitos turistas em passeio pela ilha Terceira. Em 2002, construiu uma fábrica maior, com um espaçoso café e paredes de vidro para a sala de produção, “já toda feita [a pensar] para o turismo”. Ali trabalha toda a família: o filho, “mais na parte da lavoura”, a filha, “aqui mais na gestão da fábrica”, as cunhadas na produção.

Quem por ali passa pode espreitar a produção dos queijos da marca – o artesanal “barrinha”, um com adição de sal, outro com pasta de malagueta, um “tipo ilha” e o queijo fresco do dia – e provar um dos quadradinhos que se amontoam em pratos pelo café. No final, “se gosta compra, se não gosta ficamos amigos à mesma, mas pelo menos fica a saber como é que [uma queijaria] funciona”, sorri.

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