Pushkar fica ao pé do deserto de Thar. Esta é a varanda do meu quarto, num hostel colorido. É uma cidade um bocadinho psicadélica, embora seja sagrada: só há comida vegetariana e não se pode beber álcool. Mas eu bebi uma cerveja num terraço com vista para o lago que nasceu onde, conta a história, Brahma deixou cair uma flor-de-lótus.
Nas ruas, é só comércio: pulseiras, fios, malas, cremes naturais. Há de tudo: numa banca de livros, havia o God is not great de Christopher Hitchens ao lado de um outro chamado Asana Pranayama Mudra Bandha. No restaurante, ouve-se Bob Dylan, mas lá em baixo, nas ruas, há um desfile com mulheres, música e flores. À excepção de carne, peixe e álcool, mais nada é pecado neste canto do Rajastão.
No fim do pequeno-almoço, o senhor veio oferecer-me uma fatia de bolo de chocolate.
– Sure this is chocolate cake?
É fácil enganar uma gulosa.