Porquê fazer uma coisa de cada vez quando se podem fazer três? Essa é a ideia do rumbeo que os bogotanos muito apreciam: comer, beber e bailar no mesmo sítio. Um dos exemplos mais paradigmáticos e conhecidos desta mistura é o Andrés DC, restaurante, bar e discoteca. Descrevê-lo é mergulhar em várias declinações de kitsch que fazem a decoração excessiva do local que se desdobra em vários andares: começamos no inferno e vamos subindo pelo purgatório e terra até finalmente chegar ao céu.
A comida é um apanhado da cozinha colombiana mais típica, arepas, chicharrón, empanadas, patacones para entrada e carne de rés para plato fuerte como se diz por aqui. A música começa com êxitos internacionais (nem sempre os mais actuais) e começa subir em volume e ritmo à medida que a hora do jantar vai passando. Em televisões colocadas em vários cantos estratégicos vamos observando o que se passa noutras salas – e podemos comer a ver a discoteca e os pares a ensaiarem passos de salsa ou vallenato, por exemplo (no exterior, DJ passam música internacional de vários géneros).
Este Andrés DC é uma pálida imitação para consumo massificado, ouvimos, do original, Andrés Carne de Rés, nos arredores de Bogotá, mas para nós é conveniente – fica ao lado do hotel onde ficamos em Bogotá.
E poderíamos ter ficado em zona pior: a Zona Rosa e a zona-dentro-da-zona está cheia de restaurantes, bares, discotecas para muitos gostos, para rumbear ou para segmentar. Pode até andar-se de sítio em sítio, mas não em todos: há os que exigem pagamento à porta só para entrar. E este não é um bairro barato. Pelo contrário.
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Andreia Marques Pereira e Paulo Pimenta (fotos) viajam pela Colômbia a convite da TAP