Ainda não a vimos à luz do dia, mas a Plaza de Armas, uma espécie de epicentro de Cusco, é arrebatadora. Passamos por ela por breves minutos e a vontade que temos é de nos deixarmos ficar sem pressas a admirar os edifícios cuidados, as varandas de madeira ricamente trabalhadas, as árvores nativas a que ainda não aprendemos os nomes – mas prometemos fazê-lo.
Para já, caminhamos pelas ruas de pedra do centro histórico e o nosso destino está muito bem definido. Vamos em busca do Museo del Pisco, onde nos espera uma lição sobre como preparar a bebida nacional peruana. A esta hora, 19h, a casa está bem composta, mas são sobretudo turistas que vêm em busca do sabor do sour.
Tem nome pomposo, mas na verdade este Museo del Pisco é um bar com música animada onde o pisco é, naturalmente, rei. Pelas paredes vão-se espalhando desenhos divertidos que dão conta do ciclo de produção da bebida – e pelas mesas vão-se espalhando copos com o líquido esbranquiçado que daqui a nada estaremos a aprender a fazer.
Por agora, recebe-nos Sergiu Dirzu, um orgulhoso barman de Cusco. Explica que o pisco “é a bebida bandeira do Peru”, feita de uvas “fermentadas e destiladas uma vez” e depois guardadas em reservatórios de barro, por forma a que não haja alteração das características organolépticas. “Nada de madeira, o pisco não tem taninos”, reforça Sergiu, explicando de seguida que são oito as castas utilizadas na produção de pisco, sendo a mais famosa a Quebranta.
Feitas as apresentações, mãos à obra. Sergiu pede voluntários e logo passam dois para dentro do balcão. A receita é simples: três onças e meia de pisco; uma onça de limão; uma onça de xarope de açúcar; cinco cubos de gelo; uma clara de ovo. Depois é preciso agitar toda a mistura muito bem. No fim, enche-se o copo em dois momentos, para que se forme na parte de cima a espuma característica. A fechar, três ou quatro gotas de amargo de Angostura.
No Museo del Pisco, cada pisco sour custa 22 soles (uns cinco euros). Este, como teve a nossa ajuda na preparação, é por conta da casa.
(Sandra Silva Costa viaja a convite da Abreu e da LAN)