O Brasília Palace é um símbolo da cidade, não é só um hotel. É um dos primeiros marcos que Niemeyer criou para a capital brasileira e continua a ser hoje uma das suas referências. “Um hotel de arquitectos para arquitectos e estudantes de arquitectura”, diz-nos o guia e o recepcionista confere: neste momento estão hospedados no Palace pelo menos 21 – 18 alunos e três professores. Uma visita rápida pelas suas salas, foyers e corredores, com um relvado grande e árvores iluminadas em tons fortes, faz-nos pensar que ficar ali vale bem a pena.
Com uma festa de casamento a decorrer, e com muitas crianças a correr pelos jardins, em saias rodadas e calções, custa a crer que o hotel esteve quase 25 anos abandonado depois do incêndio que o deixou em ruínas. Reabriu em 2006 e o próprio Niemeyer acompanhou o ambicioso projecto de reconstrução. À distância, é claro.
À porta, um dos jipes que pertenceu ao Presidente Juscelino Kubitschek dá as boas-vindas. É um Willys verde-água e branco em que, provavelmente, terá feito muitas vezes o caminho que o separava da sua casa de madeira na Fazenda Gama – o chamado Catetinho – e a cidade-estaleiro. Tem várias malas de viagem da época na bagageira e parece preparado para arrancar. Alguém tem as chaves?
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A Fugas viaja a convite da Embratur