Têm nomes sonantes como Simone de Beauvoir, Duke Ellington ou Charlie Chaplin e são os actuais moradores da casa de Ernest Hemingway na mítica Key West, a última e a mais fantástica das Keys. Alguns com seis dedos, resultado de uma mutação de um gene que remonta aos anos 1920 e aos gatos que aqui chegaram de barco, vindos de Boston. Agora, percorrem calmamente o jardim e a casa onde o escritor viveu com a segunda mulher (foi casado quatro vezes) e os dois filhos, entre 1931 e 1940.
Visitar este espaço, marcado pelas memórias e as histórias do escritor (como as que explicam o que faz uma pequena moeda incrustada no cimento à beira da piscina ou um urinol instalado no jardim e roubado durante uma das suas saídas nocturnas), é uma etapa obrigatória de qualquer viagem a Key West.
Frequentada por escritores (caso de Tennessee Williams, que escreveu no hotel La Concha “Um Eléctrico Chamado Desejo”), presidentes (Harry Truman passou por aqui férias entre 1944 e 1949 e a sua “Pequena Casa Branca” está aberta a visitas) ou outras estrelas (em Setembro de 1964, os Beatles descansaram aqui da tournée pelos Estados Unidos), Key West é uma cidade com um charme especial.
Tem ruas rodeadas de bonitas casas em madeira e jardins com vegetação tropical, bares com música ao vivo pela noite dentro ou mesmo antes do meio-dia (o Sloppy Joe’s, um clássico da Duval Street, era o preferido de Hemingway), bons restaurante (são deliciosos os pequenos almoços no sempre cheio Blue Heaven) ou museus com tesouros recuperados de alguns naufrágios. E ainda Cuba aqui tão perto…
[fotos de Tiago Sousa]
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