Não aprendemos muito com o tempo. Portugal tem, pela terceira vez, uma capital europeia da cultura e, não sendo uma cidade central, como o Porto (2001) ou Lisboa (1994), Guimarães sofre do défice de oferta de transportes. Não há mais comboios, nem autocarros especiais, e menos ainda navettes entre as principais cidades que rodeiam Guimarães. Menos ainda para sair, após um espectáculo. A dificuldade em chegar a Guimarães é de tal ordem que põe em causa a vontade de ir ver, com tempo e mais frequência, o que a cidade tem para oferecer. Numa altura em que o Porto se esvaziou de uma diversidade cultural, e a região sofre de desorçamentação, fica-se a pensar se o investimento que se está a fazer pensou, efectivamente, não apenas na formação mas também, e sobretudo, na circulação de públicos. Viver a cidade por quem não é de lá, tornou-se uma utopia tão grande que nenhum espectáculo, exposição ou manifestação cultural pode cumprir.
(na estação de comboios de Campanhã à espera de transporte para Guimãraes)
Bom dia,
duas notas apenas para refutar o que diz:
– Isto não é uma notícia, é um comentário. E até se segue a uma notícia então veiculada pela anterior administração da CEC de que iria ser reforçada a oferta de transportes para a cidade. De facto, não há sequer coordenação entre os comboios que chegam ao Porto-Campanhã e os que saem para Guimarães. E para se sair da cidade, é preciso, imagine, perder todos os espectáculos da noite, porque terminam às 9 da noite.
Depois, é injusto que diga que o Público não tem dado destaque à CEC. Sem querer atropelas as palavras do colega com quem falou, desde que a CEC começou o Ípsilon tem dado, todas as semanas, espaço para algumas das manifestações organizadas. Até fizemos capa com o tema. E o suplemento Fugas também fez capa com Guimarães. E antes de começar a CEC tantas vezes que falámos, muitas vezes alongadamente (mais do que todos os outros jornais) do que se ia fazer durante o ano. E nas páginas diárias de cultura encontra também críticas, reportagens e entrevistas sobre os eventos, e seguindo critérios jornalísticos.`Eu próprio já fui a Guimarães 3 vezes e em todas elas escrevi sobre o que vi. Claro que não encontra no PÚBLICO a agenda do que se vai apresentar, isso é responsabilidade da própria CEC que, na verdade, pouco tem feito para ser clara nesse sentido.
Hoje 25/03, tive oportunidade de falar com um jornalista do Jornal Publico sobre o destaque ou falta dele sobre CEC 2012 que podemos ver no Jornal Publico.
Mas com noticias como estas ou similares, dá mais vontade as quem não é da zona de Guimaraes, talvez tentar e conseguir ver, aplaudir e gostar da cidade e dos seus espetaculos e gente, e sentir que afinal tentar vale a pena … :-))
Parabens a todos os que tentam e conseguem o que querem.