Ficamos rendidos, claro, a esta poesia quotidiana (tanto que surge em nós, inesperada e vergonhosamente, a veia de um poeta de vielas e copos sujos, preparado para fazer odes a qualquer pássaro que cante, a qualquer corpo que surja, a qualquer cor que nos encandeie). Paris, quando o inverno se aproxima, fica assim, com o topo das árvores a morrer, com cores das folhas que ainda gritam uma qualquer energia e depois, candidamente, se suicidam aos nossos pés. O céu de um azul frio, e nós debaixo dele, até à próxima árvore, ao próximo quarteirão, ao próximo chá quente. Ficamos rendidos, claro. E maus poetas também.