Foi longo, intenso e cheio de paisagens de sonho o último dia de viagem pelos fiordes, antes do regresso a Oslo. De manhã cedo, apanho o comboio em Bergen, rumo a Voss, uma das estações de esqui mais frequentadas no Inverno, e depois um autocarro até Gudvangen, ponto de partida para o Naeroyfjord. Um belíssimo e estreito fiorde (tem 250 metros no local em que as duas paredes abruptas estão mais próximas), considerado como um dos itinerários mais espectaculares de barco pelos fiordes. E com razão.
Rodeado de muitas quedas de água – e neste dia coberto com farripas de nevoeiro –, o Naeroyfjord desemboca no Aurlandsfjord, um dos braços do grande Sognefjord (o maior da Noruega, que percorre 204 quilómetros até chegar ao mar), e em Flam, uma aldeia de onde parte a muito turística mas não menos bela linha de comboio que vai até Myrdal, uma estação de montanha da linha Oslo – Bergen. Ao longo de 20 quilómetros e 20 túneis percorrem-se encostas inclinadas e curvas estreitas, montanha acima, até ao ponto mais alto, nos 866 metros.
A “paragem sensação” da viagem faz-se na enorme queda de água de Kjosfossen, na qual duas mulheres muito louras e vestidas de vermelho dançam ao som de uma música meio encantada. Um “golpe” turístico mas que não deixa de surpreender quem ali passa pela primeira vez.
E de Myrdal a viagem segue até Oslo, por uma paisagem montanhosa que se adivinha dura no Inverno. Há muitos picos cobertos com neve e ainda alguns restos mesmo ao lado da linha do comboio, que chega a horas à estação central. Pontualmente às 22h30.
(fotos de Tiago Sousa)
“Beleza brutal”. Não consigo encontrar as palavras com as quais gostaria de poder descrever esta maravilha da natureza… Lá voltar é um dos meus sonhos.
Cara Sra. Helena Melo,
Muitos parabéns pelo destino de férias escolhido.
É um país fantástico mas muito desconhecido em Portugal.
Com estas crónicas de reportagens, embora de sitios mais turisticos, chama-se a atenção de um mundo perto de nós, mas com uma realidade muito diferente da Nossa.
Captando mais turistas nacionais, a Noruega vai chamar a atenção para uma realidade economica e social muito desenvolvida. Cada um de nós que lá chegue vai perceber imediatamente que a qualidade de vida é de uma enorme diferença em relação à Nossa. Se ao voltar à sua terra, cada português se interrogar como será possível esta realidade? mudar a sua atitude e ser mais exigente consigo e com o seu país já valeu a pena.
Vamos aprender com quem sabe e vamos melhorar a Nossa vida.
Um destino fantástico. Só esse nevoeiro vale a pena a viagem.
Olá, eu estive na Noruega a semana passada de (20 a 28 de Agosto) à frente da cascata Kjosfossen, (Onde a senhora representava a Huldra, entidade feminina sobrenatural, uma espécie de “moura encantada” da mitologia escandinava, que habita florestas, grutas, água…) e pareceu -me ouvir alguém dizer “Está muito bonito…” seriam os autores deste blog? Mas depois no meio dos turistas todos não consegui perceber de onde ouvi a voz. Curiosamente achei interessante também o facto de no Flåmsbana, na fabulosa linha de Flåm, uma das descrições nos altifalantes ser em português :).
A Noruega surpreende em majestosas paisagens de incrível beleza. Para mim foi a 3ª vez que lá estive, e é sempre diferente. Desta vez foi uma aventura de mochila as costas vários dias a subir montanhas atravessar fjordes e glaciares numa natureza onde se pode circular a vontade e há respeito e onde se pode usufruir do melhor que a vida têm. (Já para não falar que adoro o clima e invejo as condições de vida, porque realmente se colhe frutos da dedicação ao trabalho …). É maravilhosa a união com a natureza que é possível alcançar na Noruega.
Os aventureiros surgem de todas as idades, encontramo-nos nos albergues de montanha ou nos acampamentos e é um espírito amigável de convívio e partilha. Poder acampar na beira de um fjord e deixar-se envolver por cada momento do entardecer, perante as grandes montanhas e os lagos calmos, é uma experiência fantástica.
Triste e revoltante é que, aqui, no meu próprio país Portugal, as leis de protecção das florestas impedem os caminhantes e montanheiros de passar livremente e pernoitar, devido vários factores infelizes, e a uma mentalidade fechada que vê os eventuais caminhantes como eventuais suspeitos, criminosos. Mas a desconfiança existe porque infelizmente as más intenções existem também para a reforçar, o medo do que é diferente é uma sombra na visão dos portugueses (o montanheiro é visto como um estranho, o banhista de praia é que é “normal”….Tudo isto devido a ausência de uma educação cívica, e à necessidade de criar uma mentalidade de respeito que seria urgente fazer nascer aqui).
Mudar mentalidades, respeitar e amar a natureza para que parques e matas possam ser sentidos e admirados a sério, e não num passeiozinho rápido e voltar antes do fim da tarde porque “não se pode pernoitar” … Mas infelizmente penso cada vez mais que tudo isto seja uma utopia e não vai ser no meu tempo de vida que vou ver isto mudar… corrupção, mentalidades fechadas, um país colapsado. E vejo-me com tristeza e revolta a desejar ter nascido sueca ou norueguesa…