A descida à Lagoa do Fogo faz parte de todos os programas do viajante que se preze. Se o topo estiver coberto por nuvens – para quem estiver em Ponta Delgada, basta olhar para nascente –, não vale a pena pensar nisso, pois corre o risco de chegar lá acima e não ver nada. Mas se o dia estiver com boa visibilidade, a experiência é altamente compensadora. Bom calçado para caminhada, um cantil com água, um protector solar e óculos de sol, eis tudo o que precisa, além de uma boa dose de energia e atenção à realidade envolvente. O resto vem por acréscimo.
Se gosta de espaços abertos com pouca gente por perto, mais vale ir num dia de semana. A descida não é complicada e a subida leva uns 20 minutos em passo calmo, com algumas paragens para ganhar fôlego – e, já agora, apreciar a paisagem, que vale mesmo a pena.
Nesta altura do ano, é possível contornar a lagoa em todo o seu perímetro sem dificuldade. O areal convida a uma paragem e um banho na água doce, cuja temperatura é surpreendentemente amena. A colónia de gaivotas residentes – dizem os estudiosos que já nem sequer se dão ao trabalho de ir ao mar – deixa a sua assinatura na areia (dejectos, restos ósseos, por vezes um espécime morto à beira da água, como aconteceu quando lá fomos), mas não incomoda.
Quem aqui vem pertence a uma tribo especial, que geralmente respeita o ambiente e não deixa lixo por todo o lado. É mais uma razão para ir ao fundo da Lagoa do Fogo; atreva-se a uma incursão nos espaços mais afastados da lagoa e terá algumas surpresas agradáveis.
O ponto alto da minha viagem a S. Miguel. A descida, a subida, a lagoa, o sossego tanta beleza junta até parece impossível! Ainda é um pequeno paraíso… espero que assim continue!
para mim a mais bonita… por ser também a lagoa mais protegida da espécie humana até ao momento… mesmo com o semblante carregado, leia-se, coberta de nevoeiro, é um dos motivos de orgulho destas ilhas de bruma