Nunca um monarca britânico tinha visitado a República da Irlanda desde que esta se tornou independente em 1921. A espera está quase a chegar ao fim. A Rainha Isabel II chega a Dublin na próxima terça-feira, um dia antes da final da Liga Europa, e está a motivar bem mais preocupações de segurança que as claques de FC Porto e Sporting de Braga. E mesmo sem ter ainda chegado à cidade, já se sentem alguns condicionamentos no trânsito.
A Irlanda está obrigada a ter boas relações com a Inglaterra, que é o seu maior parceiro comercial e que contribuiu substancialmente para o pacote de ajuda externa de que o país beneficiou. Mas ainda há alguma animosidade em relação aos antigos colonizadores (uma minoria, garantem-nos), como mostram alguns cartazes espalhados pela cidade. “Não queremos visitas reais”, “A história horrível da Casa de Windsor” ou “Lembrem-se das mortes às mãos das forças de Sua Majestade no Afeganistão”, são alguns exemplos.
Isabel II não será o único visitante “high profile” em Dublin. No dia 22, para uma curta estadia de dois dias, chega o presidente norte-americano Barack Obama, provavelmente uma figura mais consensual entre os irlandeses. Pelo meio, já se sabe, a final da Liga Europa. Os cartazes abundam pela cidade e o troféu tem estado em exposição num centro comercial, mas os locais não parecem muito interessados.