Os candidatos estão em campanha mas a sorte já foi lançada

Estamos no último (e frenético) dia de campanha eleitoral para a presidência dos Estados Unidos, e apesar dos quilómetros percorridos pelos candidatos, a sorte já foi lançada: não é suposto haver mais nenhuma surpresa entre hoje e amanhã, quando — se tudo correr bem — os americanos descobrirem quem vai viver na Casa Branca nos próximos quatro anos.

Depois de todos os argumentos terem sido apresentados, mastigados, criticados, desmentidos, ditos e reditos, as sondagens continuam a favorecer a reeleição do Presidente Barack Obama — e simultaneamente a confirmar a divisão e polarização política do eleitorado. A votação será necessariamente renhida, como tem sido o caso há mais de uma década, e poderá não ser isenta de controvérsias: este domingo, “vicissitudes” no processo de voto antecipado no sensível estado da Florida já foram suficientes para deixar toda a gente à beira de um ataque de nervos. A ansiedade estende-se ao Ohio, onde estão concentradas todas as atenções da América e do mundo.

(O Washington Post reúne aqui uma lista com as irregularidades detectadas até agora na votação)

É impossível perceber a quantidade de indecisos que ainda estão dispostos a votar amanhã. Nesta fase da corrida, que desde o tiro de partida contou com uma parcela reduzida de swing voters, estes votos podem parecer irrelevantes — excepto em meia dúzia de estados onde podem representar a diferença entre a reeleição confortável de Barack Obama e uma vitória surpresa de Mitt Romney.

As sondagens parecem indicar que os indecisos/independentes estão alinhar para o lado de Obama — poderá ser o resultado de uma reavaliação da postura do Presidente em reacção ao furacão Sandy, mas como escreve Hendrik Hertzberg na New Yorker, a tempestade poderia potencialmente beneficiar e prejudicar os dois candidatos. O Nobel Paul Krugman acredita que foi o evento que fez balançar o pêndulo para o lado do Presidente.

A verdade é que o último dia de campanha é só folclore. Para aqueles que foram consumidos ao longo dos últimos meses pelos mais ínfimos detalhes da campanha, poderá ainda haver uma ilusão de que o que se passa hoje ainda conta. Obama e Romney repetirão hoje as suas alegações finais, mais emotivas do que políticas. Mas as campanhas já fizeram tudo o que podiam fazer para ganhar a eleição. Agora é só esperar.

Rita Siza

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