É opinião unânime entre todos os observadores e operadores políticos norte-americanos que se Barack Obama repetir esta noite a sua prestação do primeiro debate televisivo em Denver estará a atirar pela janela a sua reeleição — que, há pouco mais de duas semanas, era dada como inevitável. A campanha do Presidente garantiu que tal não vai acontecer: a parada está alta para o confronto desta noite na Hofstra University de Long Island.
Onde os comentadores diferem é nos seus “conselhos” ou opiniões sobre o que o Presidente precisa de fazer para apagar da memória o seu desempenho anterior: demonstrar mais compaixão, ser mais contundente, expôr as incongruências do seu adversário, atalhara tendência para explicações detalhadas, inspirar a audiência, … a lista é extensa, mas basicamente aponta para uma ideia: o Obama que luta pela reeleição tem de recuperar o Obama que conquistou a eleição.
A tarefa de Obama é difícil: o seu adversário republicano Mitt Romney passou as últimas duas semanas a ser “empurrado pelo vento”, para parafrasear uma expressão idiomática predilecta dos comentadores. Em campanha, o momentum conta, e é por isso que o debate desta noite não é isento de risco também para o ex-governador do Massachusetts.
Romney gosta de atacar, mas o formato de town-hall de logo à noite não é o mais apropriado para esse efeito — neste caso, é a relação que o candidato consegue estabelecer com o “cidadão comum” à sua frente que importa, e Romney tem sido perseguido por críticas de indiferença ou artificialidade nesse campo. A imprevisibilidade das perguntas é muito maior e a dificuldade para os candidatos é manterem as suas respostas dentro do guião sem que a resposta pareça ensaiada.
Como de costume, aqui ficam os pontos que a CNN considera merecerem atenção esta noite; aqui a análise do Politico e do Washington Post aqui.
Rita Siza