Pressionado pelos seus adversários para divulgar a sua declaração de impostos, o ex-governador do Massachussetts e favorito à nomeação republicana, Mitt Romney, disse durante o debate televisivo de segunda-feira que admitia vir a fazê-lo em Abril, quando “tradicionalmente” as campanhas abrem os livros ao escrutínio dos eleitores. A questão é potencialmente problemática para Romney: já toda a América sabe que ele é um milionário — isto é, que integra o 1% diabolizado pelo movimento Occupy Wall Street –, mas até agora desconhece-se a extensão da riqueza do candidato. No actual contexto de populismo exacerbado, a imagem de Romney sairá ainda mais desgastada se se constatar que ele, afinal, faz parte de um grupo ainda mais restrito: o dos 0,001% mais ricos dos Estados Unidos.
No entanto, perante a insistência dos repórteres, Romney acabou por admitir que a taxa aplicada aos seus rendimentos é “muito provavelmente perto de 15%” também pagos por Warren Buffet e outros investidores (Buffet denunciou essa situação num célebre texto de opinião publicado no New York Times, em que criticava o Congresso americano pelo facto de penalizar a sua secretária, com rendimentos infinitamente mais baixos do que ele, com uma taxa bastante superior).
Rita Siza