Portugal e o Império do Meio (China). E a praça Naqsh-a Jahan a ligar estes extremos da civilização. Regredimos quatro séculos no tempo, quando a Rota da Seda passava por Esfahan e tinha o seu esplendor nesta praça, cujo nome significa “Imagem do Mundo”.
Erigida entre 1598 e 1929, é uma das mais belas, amplas e míticas praças do Mundo, justificando plenamente a atenção da UNESCO que a tornou Património Universal. São560 metrosde comprimento por 160 de largura,89,600 m2de pura sedução, arrebatadora ilusão.
Está rodeada de vários edifícios que, só por si, já justificavam demorada visita à cidade, nesta altura transformada em capital do império persa. A mesquita Shah a sul e a Sheikh Lotf Allah a este, o palácio Ali Qapu a oeste e a imponente entrada do velho bazar a norte destacam-se neste visionário monumento à arte e arrojo persa, em mais uma iniciativa da dinastia Safavid. Que as notas de 20.000 rials agora celebram.
Este projeto de Shah Abbas mudar a capital de Qazvin para Esfahan permitiu um dos mais ambiciosos programas de reconstrução e reordenamento de uma cidade. Banhada pelo rio “alimentador de vida”, Esfahan é um verdadeiro oásis em paisagem árida. Esta troca de capital permitiu evitar futuros assaltos dos otomanos e dos uzbeques, bem como aproxima-la do Golfo Pérsico, recentemente com importância acrescida pelo interesse dos países europeus na Índia Oriental.
Esta praça foi das mais concorridas do planeta, onde pessoas de todos os cantos se juntavam para negociar e divertir-se, num intercâmbio cultural ímpar.
Agora, não há camelos e os cavalos deixaram as sedas e especiarias para se dedicarem a passeios turísticos. O ambiente mudou, mas a magia está toda cá. Saboreamos uma das mais assombrosas criações humanas. E como nos vamos deleitar…
Rui Barbosa Batista relata no blogue Correr Mundo a sua aventura pelo Irão. No site www.bornfreee.com pode aceder a outros relatos e imagens sobre a viagem.