Quem negligencia Kashan em périplo pelo Irão acaba por perder parte do melhor da Pérsia e da sua cultura. O deserto do Maranjab e o seu caravançarai, os complexos religiosos ou a cidade subterrânea são ótimos motivos para estada mais prolongada, mas a cidade em si tem múltiplas razões para que o viajante se detenha. Com tempo. Não vai encontrar casas históricas tão bem preservadas, reconstruídas, reinventadas como aqui.
A Irani House, onde nos hospedamos, é apenas um dos exemplos. Manouchehri, igualmente transformado em boutique hotel, é outro, embora mais turístico, igualmente na zona histórica.
Autointitula-se como uma mina de ouro da arquitetura persa tradicional e artesanato e não lhe podemos apontar um dedo na alegada pretensão. Nota-se a assumida paixão pelo design e um profundo respeito pela história na segunda vida desta casa, que contempla oito quartos, lojas e restaurante.
O pátio tem piscina ladeada de belos jardins num complexo de grande harmonia entre a história e a modernidade, uma joia na paisagem em lugar que transpira charme e luxo, que saboreamos ao jantar.
A casa Tabatabai é outro marco histórico imperdível. Datado de 1880, tem impensáveis 5.000 m2 que contêm quatro pátios. Há murais nas paredes, artísticos vidros foscos e muito mais para descobrir.
Kashan é tudo isto. Em múltiplas doses. Kashan tem tudo para ser uma das ‘mecas’ da Pérsia. Imperdível por tudo isto… muito mais.
Rui Barbosa Batista relata no blogue Correr Mundo a sua aventura pelo Irão. No site www.bornfreee.com pode aceder a outros relatos e imagens sobre a viagem.