Dizem-me que é um dos mais espantosos lagos salgados do Mundo, mas não é por aí. Nem de longe, nem de perto. Entendo o entusiasmo dos locais no elogio ao que é seu, porem um pouco de ‘Mundo’ logo faz cair essa teoria. Na prática, são 1800 Km2 de lago praticamente todo seco, sendo que só cerca de 1 km2 tem água, cuja profundidade não chega a um metro.
Aos meus olhos, falta-lhe a divina brancura de Uyuni, na Bolívia, ou da Depressão de Danankil, na Etiópia, que já tive o privilégio de visitar. Precisava da cor da virtude e de extensão plana a perder de vista. Nem que fosse para as mais criativas fotos em perspetiva, com hilariantes e imaginativas ilusões de ótica.
Dá para a foto da praxe e pouco mais. Tal como o deserto de Maranjab: não é bem igual aos outros, em grandeza (apenas o 23.º do Mundo) e espetacularidade, pelo que seria injusto equipará-lo aqueles que bem conhecemos, os que fazem parte do nosso imaginário, como as intermináveis dunas do Sahara. Para quem nunca tinha visto um deserto, não deixa de ser um bom… aperitivo.
Ainda assim, o pôr-do-sol da véspera tem as desejadas dunas e areia fina que desaparece no infinito. Uma reconfortante paz depois do verdadeiro rali que vivemos para chegar a tempo de usufruir deste momento mágico do dia.
Nesta manhã, na paisagem de sal que faz pensar que Mad Max poderia ser rodado aqui, sobressai o ‘guia’ Alex e os outros motoristas. Animam-nos com música e, sobretudo, dança no mais rebuscado estilo iraniano. Aos nossos olhos, demasiado efeminado. Pelos vistos, é mesmo assim…
O exército iraniano costuma andar em manobras por estes lados. Há momentos em que chega a ‘fechar’ o deserto, para que ninguém ouse presenciar os mais íntimos detalhes da estratégia militar. Estamos com sorte…
Rui Barbosa Batista relata no blogue Correr Mundo a sua aventura pelo Irão. No site www.bornfreee.com pode aceder a outros relatos e imagens sobre a viagem.