Acordámos em terras raianas, o sol já irradia os nossos olhos pelas sete da matina. Concelho de Idanha-a-Nova, aí vamos nós depois de uma preciosa ajuda deste município.
“Subi acima ao Castelo, lá ao longe vi a Espanha, dei um abraço a Monsanto e o coração à Idanha”. Simples e verdadeira. Um concelho com tanta história, com tanta beleza e que poucas pessoas conhecem. Monsanto, a aldeia mais portuguesa de Portugal, sendo-lhe atribuída o “galo de prata”. Penha Garcia com a rota dos fósseis, Idanha-a-Velha onde se respira história.
Fazemos uma paragem no café Santo Amaro para comer uns pastéis de carne maravilhosos. Vamos ver se conseguimos. Aqui todos nos conhecem e prontamente fomos ajudados.
Hoje vamos a Mação, terra do Artur, para fazer boas ações. Estão à nossa espera na escola secundária, do agrupamento Verde Horizonte: vamos dar uma palestra sobre o nosso projecto. Contamos a nossa experiência, sendo que a mensagem mais importante que queremos passar a estes jovens é, de facto, que apesar de todas as adversidades que vivemos é extremamente importante acreditarmos em nós, nos nossos sonhos, e termos a força de vontade para os concretizar. Esta escola é bastante conceituada, destaca-se no empreendedorismo. Em troca desta palestra, foi-nos oferecido o almoço, uma feijoada de chocos de comer e chorar por mais.
Como estava um sol maravilhoso, de Primavera, parámos pela casa do Artur, para enxugarmos a roupa que ainda estava molhada da lavagem feita no dia anterior.
Visitámos então o Presidente da Camara de Mação, Vasco Estrela, que tanto nos apoia no projecto. Encheu-nos o depósito para prosseguirmos viagem. De seguida, visitamos o Instituto de Terra e Memória, ligado à arqueologia, que recebe alunos de todos os pontos do mundo. É destacada internacionalmente, onde nos foi facultada uma visita guiada pela Sara. Tempo ainda para visitar a escola primária de Mação e conhecer o seu contributo para o crescimento do concelho.
Terminada a visita, é hora de percorrer montes. Passámos pelo Moinho da Fadagosa, em direcção a Amêndoa, ainda concelho de Mação. Uma aldeia pequena mas acolhedora, com muito para descobrir. Foi ai que encontrámos o poço de Mourão, uma beleza fantástica, que nos deixou boquiabertos.
O sol está a pôr-se e nós temos mais um tesouro à nossa espera.
Água Formosa, uma pequena Aldeia do Xisto perdida entre os vales. É aqui que lanchamos com a comida fornecida pela amiga Carolina, que nos aconchegou o estômago, sendo que o coração estava aconchegado pela maravilhosa paisagem.
A noite chega, a viagem segue para Coimbra, cidade das capas negras e guitarradas. Tocámos à campainha de Hélia, amiga de Artur, que nos recebe como se estivéssemos em casa. Jantar tradicionalmente académico, massa com atum e salsichas, o que nos faz lembrar a nossa querida Idanha.
Vamos sair à noite. Lá terá que ser, com grande “sacrifício”. O alvo será o JP 24, onde tudo é jovem. Alguns reconheceram o projecto, outros lançavam olhares de curiosidade. Com tamanha alegria somos levados ao Rock Planet, casa de coisas mais exuberantes envolvida num ambiente dos tempos áureos do rock. Com uma decoração extravagante, desde um eléctrico, lá dentro, ao carro clássico que dá as boas vindas a quem a visita.
Como o tempo passa, e o cansaço acumula-se, repousámos na casa da Élia. Para trás estão cinco dias de pura aventura e muita adrenalina. Bons momentos que serão recordados. Pessoas que passaram e marcaram as nossas vidas e que jamais serão esquecidas.
Cabecinha na almofada e até amanhã Portugal.
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“Até onde vais com 5 euros?” É a pergunta de um grupo de cinco estudantes entre os 19 e os 24 anos, da Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, que andam à descoberta de Portugal numa carrinha. Orçamento: cinco euros cada um. Contam com a solidariedade e estão preparados para trabalhar em troca. Pode saber mais sobre a aventura na Fugas, segui-los neste blogue ou no Facebook oficial.