Até onde vais com 5 euros? – Dia 3: A primeira pérola

Mais um grande dia pela frente, acordando num praça de táxis em Setúbal. Ainda combalidos da noite anterior, decidimos então seguir a nossa viagem para sul. Lembrando o magnifico jantar oferecido pelo Ti Zé Luís, acatamos a sua sugestão, que era visitar a Herdade do Zambujal.

Rumamos então ao Alentejo, onde encontramos o parque de campismo de Gâmbia, onde a necessidade da higiene diária já apertava. Explicámos o nosso projecto e prontamente, com muita simpatia, nos foram cedidos os balneários.

A saída do parque, já bem lavadinhos, continuámos a nossa viagem. A correr o Alentejo, encontramos um café onde curiosamente estávamos a aparecer na TVI. Apresentamos o projecto à gerente e, com interesse na nossa iniciativa, ofereceu-nos umas garrafas de água.

Seguindo pela estrada fora, a fome apertava. Decidimos parar num café-restaurante, Sol Campo em Águas de Moura. À entrada do café, fomos prontamente reconhecidos por clientes, que já conheciam a nossa viagem. Um senhor que repousava na esplanada, rapidamente perguntou “Então já foram ao Porto? Eh eh eh”. Com isto, já dentro do café, apresentamos o projecto aos proprietários que apoiaram a nossa iniciativa e nos ofereceram umas sopas bem quentinhas e bifanas fantásticas.  Deixámos a nossa marca no Sol Campo, assinando um azulejo do café e agradecemos por tudo.

Continuámos a nossa jornada, tentando encontrar a Herdade do Zambujal. Conseguimos várias fotos magníficas, onde passámos por paisagens lindíssimas repletas de beleza e ar puro. Encontrando então a herdade, notámos que estava algo ao abandono. Encontramos alguma população ainda residente, que nos contaram algumas histórias sobre aquele local.

Percorremos alguns sítios daquela enorme herdade, onde encontramos o palacete, de uma beleza inexplicável, e, pelo caminho, umas senhoras que noutros tempos residiam e trabalhavam na herdade. Iam visitar a sua “querida mãe”, de 86 anos, que ainda lá residia. Aconselharam-nos a ir ao café da herdade. Quando entrámos, mais uma vez fomos reconhecidos e muito bem recebidos. Uma tarde bem passada, com várias histórias contadas, muitas cantigas cantadas e petiscos de comer e chorar por mais. Pombo-bravo, chouriço, vinho e pão caseiro, café, foi a combinação perfeita para uma tarde inesquecível.

Ao fim desta confraternização, seguimos a nossa viagem em direção a Sines, onde paramos no Cercal do Alentejo. Fomos acolhidos pelo senhor Carlos que nos serviu um delicioso jantar, bacalhau com batata a murro, comida bem portuguesa confecionada por mãos inglesas. Desgastados com a viagem, e de barriguinha bem cheia, pernoitamos pelo Cercal, onde a noite cai, vendo a planície iluminada pelas estrelas.

__________________________________________________________________________________________
“Até onde vais com 5 euros?” É a per­gunta de um grupo de cinco estu­dan­tes entre os 19 e os 24 anos, da Escola Supe­rior de Ges­tão de Idanha-a-Nova, que andam à des­co­berta de Por­tu­gal numa car­ri­nha. Orça­mento: cinco euros cada um. Con­tam com a soli­da­ri­e­dade e estão pre­pa­ra­dos para tra­ba­lhar em troca. Pode saber mais sobre a aven­tura na Fugas, segui-los neste blo­gue ou no Face­book ofi­cial.

Deixar um comentário

O seu email nunca será publicado ou partilhado.Os campos obrigatórios estão assinalados *

Podes usar estas tags e atributos de HTML:
<a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>