Mais um grande dia pela frente, acordando num praça de táxis em Setúbal. Ainda combalidos da noite anterior, decidimos então seguir a nossa viagem para sul. Lembrando o magnifico jantar oferecido pelo Ti Zé Luís, acatamos a sua sugestão, que era visitar a Herdade do Zambujal.
Rumamos então ao Alentejo, onde encontramos o parque de campismo de Gâmbia, onde a necessidade da higiene diária já apertava. Explicámos o nosso projecto e prontamente, com muita simpatia, nos foram cedidos os balneários.
A saída do parque, já bem lavadinhos, continuámos a nossa viagem. A correr o Alentejo, encontramos um café onde curiosamente estávamos a aparecer na TVI. Apresentamos o projecto à gerente e, com interesse na nossa iniciativa, ofereceu-nos umas garrafas de água.
Seguindo pela estrada fora, a fome apertava. Decidimos parar num café-restaurante, Sol Campo em Águas de Moura. À entrada do café, fomos prontamente reconhecidos por clientes, que já conheciam a nossa viagem. Um senhor que repousava na esplanada, rapidamente perguntou “Então já foram ao Porto? Eh eh eh”. Com isto, já dentro do café, apresentamos o projecto aos proprietários que apoiaram a nossa iniciativa e nos ofereceram umas sopas bem quentinhas e bifanas fantásticas. Deixámos a nossa marca no Sol Campo, assinando um azulejo do café e agradecemos por tudo.
Continuámos a nossa jornada, tentando encontrar a Herdade do Zambujal. Conseguimos várias fotos magníficas, onde passámos por paisagens lindíssimas repletas de beleza e ar puro. Encontrando então a herdade, notámos que estava algo ao abandono. Encontramos alguma população ainda residente, que nos contaram algumas histórias sobre aquele local.
Percorremos alguns sítios daquela enorme herdade, onde encontramos o palacete, de uma beleza inexplicável, e, pelo caminho, umas senhoras que noutros tempos residiam e trabalhavam na herdade. Iam visitar a sua “querida mãe”, de 86 anos, que ainda lá residia. Aconselharam-nos a ir ao café da herdade. Quando entrámos, mais uma vez fomos reconhecidos e muito bem recebidos. Uma tarde bem passada, com várias histórias contadas, muitas cantigas cantadas e petiscos de comer e chorar por mais. Pombo-bravo, chouriço, vinho e pão caseiro, café, foi a combinação perfeita para uma tarde inesquecível.
Ao fim desta confraternização, seguimos a nossa viagem em direção a Sines, onde paramos no Cercal do Alentejo. Fomos acolhidos pelo senhor Carlos que nos serviu um delicioso jantar, bacalhau com batata a murro, comida bem portuguesa confecionada por mãos inglesas. Desgastados com a viagem, e de barriguinha bem cheia, pernoitamos pelo Cercal, onde a noite cai, vendo a planície iluminada pelas estrelas.
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“Até onde vais com 5 euros?” É a pergunta de um grupo de cinco estudantes entre os 19 e os 24 anos, da Escola Superior de Gestão de Idanha-a-Nova, que andam à descoberta de Portugal numa carrinha. Orçamento: cinco euros cada um. Contam com a solidariedade e estão preparados para trabalhar em troca. Pode saber mais sobre a aventura na Fugas, segui-los neste blogue ou no Facebook oficial.