A eternidade do aeroporto ao centro histórico parece propositada: mói, baixa-nos as resistências e, quando nos deparamos com ele, é amor que sabemos ser eterno…
Hanoi é assim. Entra-nos impetuosa no peito. Cavalga o nosso imaginário até enraizar-se profundamente na mente.
A capital vietnamita surpreende pela vida. Pela permanente orgia de todos os sentidos.
O bairro da catedral e a “old town” são pródigos em edifícios históricos encantadores. Recuperados para hotéis de luxo ou pequenas pousadas paradas no tempo. Ou existem. Simplesmente. Para nos maravilhar. Um delicioso decrépito romântico. Quase sempre de influência europeia.
Seduzidos por cada rua, libertamo-nos de mapas ou notas indicativas. Limitamo-nos a respirar a cidade. Perdermo-nos apaixonadamente pelo seu charme.
Os negócios – de todo o tipo – florescem em cada cm². E as várias artérias podem ser “camaleão”. Quando voltamos para completar o pagamento de um programa para o dia seguinte, a agência de viagens já tinha dado lugar a uma… sapataria. Que só funcionava no mercado nocturno. Cada espaço é aproveitado ao limite.
Um pragmatismo que se mantém, ao contrário de uma certa agressividade dos vietnamitas que não sei onde se escondeu. Se acabou. Ou se apenas se camuflou. A verdade é que até no comércio, a agressividade na atitude baixou drasticamente. Comparando com o centro e sul do país. E em 2007.
Deixamos o lago par subir ao topo do “view point”, um bar com esplanada para a cidade. Apostamos em gelados de textura e composição exóticos. Dos nomes impronunciáveis, apenas sei que adorei o gelado roxo.
As motos de bicicletas rolam em confusa harmonia. Experimentamos atravessar de “olhos fechados” (há quem o faça a ler). Tudo sai perfeito.
Regressamos à zona da catedral, onde pernoitamos, e sentamo-nos na esplanada de uma das várias casas de chá. Sementes são o aperitivo de todos. Fim de tarde entre os jovens locais, tecnológicos como em poucos países. Sobram iPhones na posse de aparentes humildes criaturas.
O chá é de limão. Relaxamos. Deixamos a vida correr. Ao ritmo que lhe apetecer…
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