‘Não vale a pena, são todos iguais’. É uma das coisas que mais oiço nas ruas, além de muitas outras, quase sempre simpáticas, muitas vezes de apoio. E nesse momento começa a tarefa mais difícil. Usar os poucos minutos que temos para mostrar às pessoas que vale a pena, que o voto não basta mas ainda é uma arma, que a política não é sempre uma corrida aos tachos, que no meio disto tudo ainda há gente de verdade.
Na campanha do Bloco todos os dias se distribuem milhares de jornais, pintam-se murais e colam-se cartazes de vários tamanhos. Não contratamos ninguém para o fazer por nós. Não porque não possamos, embora isso também seja uma limitação, mas porque acreditamos no trabalho militante. Foi por isso que nos juntámos a este projeto. Na campanha do Bloco todos os dias encontramos centenas de pessoas que temos de encarar, pelo que fizemos de bem, pelo que fizemos de errado, ou pelo que não fizemos. E quem disser que isso é sempre fácil, mente. Na campanha do Bloco não há brindes, e lá temos de explicar perante o olhar desiludido de alguns, que não temos canetas, só as ideias que parcimoniosamente dispusemos no jornal que oferecemos.
Já conhecemos os truques, à custa de tantas horas, dentro e fora do período eleitoral, a entregar papel. Sabemos que há outros meios, que muitos acabam no lixo, mas ainda não inventaram melhor forma, melhor desculpa, para dizer um ‘bom dia, sou do Bloco de Esquerda’. É nesse confronto que se ganham as ideias, que conseguimos explicar o que nem sempre passa na televisão, que ficamos a saber o que pensam de facto as pessoas, e não apenas o que pensam os comentadores sobre o que pensam as pessoas.
Hoje encontrei um pasteleiro, em Sintra, que me disse que recebe menos 300 euros que antes, que agora trabalha nas folgas, que o filho de 22 anos que não consegue encontrar um trabalho que dure mais que um mês, e que a mulher trabalhou um ano numa empresa de aluguer de automóveis sem receber. Acham que foi o único? A verdade é que ainda não vi alguém que me dissesse que a vida está melhor, vote em quem votar, se votar.
Para lá da simpatia, do apoio e da revolta, o que mais se encontra nas ruas é resignação. É a campanha do medo de mudar, que interessa apenas a quem sempre lá esteve, e que blindou tão bem o seu espaço de poder que tudo o que sai fora dele parece irrealista, radical ou impossível. Dentro dessas fronteiras tudo se parece igual e, visto à distância de 40 anos, é tudo de facto muito parecido, muito cansativo.
A campanha não decide tudo, e mal seria sequer se resumisse o trabalho que fazemos ao longo de todos os anos. Mas dá-nos a oportunidade e a obrigação de, todos os dias, olhar centenas de pessoas nos olhos e dizer ‘olá, sou do Bloco de Esquerda’ e de explicar que não, não somos todos iguais. Porque a estratégia dos iguais, para manter o poder, é convencer-nos que não há para onde mudar. E nós queremos mudar.
Declaro assim inaugurado este diário de campanha. Sem promessas de regularidade ou consistência formal, mas o sincero compromisso da subjetividade e diversidade próprias de qualquer caderno de notas – o meu, neste caso – que, durante estas semanas, será público.
Tenho ouvido com atenção a campanha do Bloco. Acho que a Catarina Martins, tem sido muito assertiva, tem posto os “dedos nas feridas” e já no parlamento conseguiu “entrunfar” o ignorante do nosso 1º ministro. No entanto, acho que o Bloco vive ou tenta viver uma realidade que infelizmente não se consegue adequar à nossa. Fazemos parte de uma Comunidade que nos dita regras, que nos trata (aos países do sul) como parceiros de 2ª ou 3ª. Mas a verdade, é que nos tempos que correm, não vejo alternativas. Orgulhosamente sós???? Quem me dera que o que nos é proposto pelo Bloco fosse posto em prática. Talvez o Bloco possa integrar uma coligação onde possa fazer valer parte das suas convicções. Não seria mau uma coligação de esquerda. E chega de atirar culpas de uns para os outros. O 25 de Abril foi em 1974. Tirando menos de um ano ( até 25 de Novembro de 1975) este país tem sido governado sempre ‘pelos mesmos. PSD, PS e um tal de CDS que se coliga a todos ( tal qual uma prostituta). Então de quem é a culpa??? E depois temos uns partidos da posição que nunca quiseram ser mais que oposição, a posição mais cómoda. E hoje podem dizer: “A culpa não é nossa”, nunca governámos e sempre fomos “do contra” É extraordinário. O que eu acho que deveria suceder é que ninguém, nem uma pessoa que fosse votasse. A contagem, dos votos deveria ser 0 para todos quanto concorrem às eleições. Ontem no Canal Memória, passou um programa apresentado pelo já falecido José Herman Saraiva, sobre 1º de Dezembro. O que é que é feito daqueles portugueses????????? Que orgulho daqueles nossos antepassados!!!!! Esqueci-me, que o 1º de Dezembro já nem direito a feriado tem. A restauração da independência nada diz aos nossos governantes, aliás acho que todos eles se deveriam chamar MIGUEL DE VASCONCELOS.
È apenas um desabafo!!!!!!!!
Boa noite, José.
O princípio da democracia é precisamente a ideia de que os cidadãos decidem sobre a sua própria vida. Sobre acordos à esquerda, como sabe, a Catarina Martins desafiou publicamente António Costa a recuar no congelamento das pensões e facilitação dos despedimentos, para que seja possível uma conversa sobre um governo que pense em reestruturar a dívida para salvar o país. Estamos a menos de uma hora do final da campanha e ainda ninguém ouviu qualquer resposta de António Costa.
Nunca votei no Bloco, mas já está na hora de penalizar os que se têm servido da política e do país duma forma completamente irresponsável. Dos que se serviram da política para enriquecimento ilícito, ao invés do bem estar da população.
Pela primeira vez, voto no BE, não pela ideologia política, mas porque me parece que é constituído por por pessoas que se importam com pessoas. Não concordo com todo o seu programa eleitoral, mas mesmo assim, prefiro a maioria das propostas do BE, do que as mentiras que nos têm sido impingidas nas anteriores campanhas eleitorais pelos partidos que formaram Governo. Assim sendo, voto BE, está na hora de dar a oportunidade aos partidos que nunca estiveram no Poder.
Olá Mariana, sou o Luís e não acredito nos partidos políticos. Acredito nas pessoas, nas suas competências e nos seus valores. Acredito no amor e na racionalidade dos seres humanos. Acredito que não precisamos de cores, nem clubes para podermos resolver problemas, defendermos ideais e crescer. Não quero acreditar que o preço a pagar pela democracia seja o suportar do lastimável corporativismo dos partidos. Revolta-me que se sobreponha a cor política aos ideais que defendemos.Revolta-me que não se aceite a discussão porque à partida se é de outra cor. Eu quero votar na Mariana porque acredito em si. Mas nao quero votar no BE. Eu quero votar em pessoas que, sejam elas de direita ou de esquerda, sinta que são competentes para, dentro dos seus ideais, encontrarem a flexibilidade e equilíbrio necessários para nos ajudarem a crescer. Infelizmente não consigo isso… Infelizmente o que sinto de todos os partidos é que “ou estás comigo ou estás contra mim”. Não sinto o amor entre pessoas que buscam, em maior parte dos casos, da esquerda à direita, o melhor para o ser humano. Importa dotar de sentimento a razão para, no equilíbrio do ideal, encontrar a solução… Parabéns Mariana, eu acredito em si.
Não reconheço a legitimidade do poder eleito e estou desiludido com a constante migração dos políticos de esquerda para o carreirismo de direita; contudo, votemos no único partido que propõe um conjunto novo de medidas pragmáticas, baseadas em tecnologia, para reduzir tal poder: o Partido Pirata.
Na semana passada, em Atenas, fui agraciado por uma reunião com vários membros do Partido Pirata da Grécia, entre eles o Ministro Grego da Igreja do Monstro de Esparguete Voador (The Flying Spaghetti Monster Church), Vassilis Perantzakis. Sua alteza contou–me que o Partido Pirata da Grécia precisa de dinheiro já que é preciso pagar a elevada taxa de 25 mil euros para concorrer às eleições – um requisito alheio às medidas de austeridade. Eles estão a angariar a verba através de “crowd funding” – elections.pirateparty.gr.
O Vassilis é um daqueles aspirantes a político que ainda não se deixou desviar da rota ideológica para a do duro mundo real direitista. “O Tsipras vendeu–se demasiado rápido”, diz Vassilis, mas “abandonar as ideologias e passar a jogar pelas regras é um desfecho inevitável em política” disse-me o velho amigo de Tsipras e deputado da Aliança de Esquerda na Finlândia, Paavo Arhinmäki, que também encontrei por acaso na baixa de Atenas.
Etimologicamente, a palavra “pirata” (pirate) significa “tentar” – o que é, de longe, um nome muito mais agradável para um partido, cujas políticas se baseiam em cultura aberta e em transparência e não em guerras e secretismo. O nome do partido vem da “Pirate Bay”, a conhecida plataforma P2P que está atualmente debaixo de fogo judicial cerrado.
Há mais de 32 partidos a votos na Grécia (7 deles com assento parlamentar, por terem passado a barreira de 3% dos votos). É um número elevado de partidos para um país tão pequeno. Isto pode ser explicado, em parte, pelo número reduzido de assinaturas necessárias para ir a votos – 200 (o equivalente a um casamento grego modesto). A parte realmente difícil são os 25 mil euros que é preciso pagar para completar o processo. Este dinheiro serve para pagar a burocracia estatal (uma piscina nova para alguém?) e a impressão dos boletins de voto. Existem 450 “piratas” registados na Grécia (e cerca de 2000 não registados). Se todos contribuíssem, seria fácil arranjar o dinheiro.
Vassilis apresenta argumentos que qualquer pessoa razoável defenderia:
É urgente impulsionar a separação dos poderes legislativo e executivo na Grécia;
A burocracia deve ser reduzida para se acelerar a justiça (na Grécia uma disputa de impostos demora 15 anos a resolver; na Finlândia, por exemplo, demora um máximo de 6 meses);
A corrupção deve ser combatida (grande parte dos cirurgiões gregos aceitam apenas dinheiro vivo, passando recibos milhares de euros abaixo do valor real para fugirem aos impostos);
Maior transparência nos assuntos públicos e maior privacidade nos assuntos pessoais (os hospitais gregos vendem às companhias de seguros privadas informações sobre os clientes que se submeteram a cirurgias);
Um Governo verdadeiramente laico, sem isenções de impostos para as igrejas (nas escolas gregas há dinheiro para aulas de cristianismo, mas não há dinheiro para aulas de programação de computadores);
Um orçamento militar mais pequeno do que os atuais 2% do PIB;
Uma União Europeia mais unida e mais transparente (atualmente, na Grécia, cerca de 20 mil imigrantes entram todas as semanas; no ano passado, este número correspondia a um ano inteiro).politician
Hoje, a nível Europeu, a insurreição de partidos como o Partido Pirata é uma resposta natural às últimas décadas de políticos de esquerda que se venderam ao carreirismo e ao autoengrandecimento (lembrem-se de Durão Barroso, antigo presidente da Comissão Europeia, que começou a sua vida política como um jovem maoísta!). Cansa muito nadar contra a corrente (quem diga o Jeremy Corbin), e a vida torna-se certamente mais fácil, se nos conformarmos (reparem na reforma de Durão Barroso). É um facto que as pessoas estão a ficar fartas de política, especialmente por causa dos políticos. Podemos apelidalos de fanáticos desesperados por fama (vejam a candidata da esquerda Joana Amaral Dias, líder do partido AGIR, acabou de posar para a capa de uma revista, nua, grávida e com o seu namorado a abraçá-la por trás, semanas antes das eleições legislativas portuguesas!). Neste contexto, que caminho está a seguir a democracia?
Num cenário perfeito, se todos estivessem bem informados, seria possível tomar decisões perfeitas em conjunto (a definição de democracia — o poder pelo povo). Contudo, para se estar bem informado, é preciso muito tempo. E para as discussões que se seguem, ainda mais! Isso é um pequeno “detalhe” que apanhou de surpresa Juha Sipilä, o novo Primeiro-Ministro da Finlândia, logo após a sua recente tomada de posse: “Ele está frustrado porque pensava que as decisões eram tomadas trimestralmente como numa empresa”, foi o que me disse o Paavo Arhinmäki. Então, se nem todas as pessoas podem ser envolvidas, devemos pelo menos pensar num modelo de representação. Evoluímos assim para democracias parlamentares, sistema aceite na maioria dos países. E sim, parlamentos estes infestados pelos tais políticos sedentos por fama.
Precisamos então de evoluir ainda mais, já que sabemos que o método das contas e dos balanços falhou, falhando também na prevenção dos abusos de poder. Precisamos de um momento “Goldilocks” na nossa organização política, sem radicalismos e com medidas construtivas.
E é aqui que reside o ponto forte do Partido Pirata: eles defendem a criação de um sistema online de votação direta, para que todos os cidadãos, que queiram participar ativamente numa tomada de decisão, o possam fazer (este sistema já tem uma versão experimental implementada pelo Partido Pirata). Defendem também a implementação de moedas digitais alternativas, com vista ao fim do sistema bancário centralizado e privado. Isto soa muito mais a um verdadeiro sistema de governação para e pelos Cidadãos do que o que temos atualmente: um sistema sem governantes, porque TODOS governam. Podemos chamá-lo de anarquia, a ausência de governantes, um sistema auto-regulado onde o poder é exercido pelo povo (democracia).
Eu apoio o anarco-sindicalismo, ou democracia, na sua definição mais pura; mas eu voto, apesar de não reconhecer a legitimidade do poder eleito, porque devemos trabalhar para melhorar o que temos, evitando radicalismos. A melhor escolha, por esta via será provavelmente um partido com uma voz forte a nível pan-europeu e com medidas pragmáticas que ajudem a desagregar as atuais estruturas de poder: o Partido Pirata.
Todos os partidos da direita, centro, de esquerda e especialmente os alternativos em Portugal estão cheios de aspirantes a políticos, mal informados, imaturos e irresponsáveis que procuram a fama e realização pessoal (tal é inevitável já que é uma caracteristica humana, e nisso reside o problema!).
O meu voto em Portugal será em branco. Mas na Grécia existe o Partido Pirata. Eu sei que votar em mais um político narcisista é incomodo, mas votar no Partido Pirata é claramente um passo em frente, optimista e sobretudo realista!
artigo em aibeo.com
Mariana, permite-me tratar-te por tu, pois conhecemo-nos uma vez num jantar de despedida da empresa de consultorias onde trabalhaste. Nesse jantar falámos de política e de economia, de Louçã e do ensaio de Pierre Klossowski que eu acabara de traduzir, “A Moeda Viva”. Não o disse na altura, mas fiquei maravilhado, não só pelos piercings tão raros entre a fauna da consultoria como pelo genuíno interesse e clareza de espírito que revelaste ao fim de uma conversa breve e ocasional.
Esqueci-me de ti, claro, a vida é assim mesmo. Quando voltei a ouvir o teu nome, que reconheci imediatamente, estava no BE. Fiquei curioso, mas era coerente como o que me tinhas dito naquela conversa.
Hoje, continuo a considerar que o nosso sistema eleitoral continua a penalizar as pessoas e as ideias em detrimento dos partidos. E a grande dúvida para mim é: como votar em ti sem votar no bloco?
Seja como for, é uma questão minha, a ter de ser resolvida no momento de votar livre e / ou em consciência.
Bem-hajas, Mariana
Bom Dia
Gostava de perguntar ao Bloco de Esquerda como vê, na sua matriz ideológica, a iniciativa privada e se considera que todas as empresas privatizadas deveriam voltar para o Estado. Existe ou já existiu algum Estado socialista com o qual se revejam?
Obrigada
Boa noite, Susana.
Coloco-lhe a questão ao contrário: pode alguém de esquerda aceitar que o controlo sobre os sectores estratégicos, como a água ou os transportes aéreos, fique nas mãos dos privados? Pode alguém de esquerda aceitar que a electricidade seja «nacionalizada» pelo Estado chinês?
Olá, não sou do Bloco de Esquerda
A toda a hora nos querem convencer de que não há outro caminho, como se a vida não fosse feita de escolhas.
É por isso que o seu exemplo de juventude, aliada à competência, honestidade e dedicação à coisa pública é tão importante.
Se dúvidas houvesse, são exemplos como o seu que nos mostram que afinal vale a pena e, sobretudo, que não, não são todos iguais.
Força
Quantos e quais os políticos portugueses que abrem uma coluna assumindo subjectividade ? A logica partidária portuguesa tem mais a ver com Verdade, ou com Nos (os bons que temos razão) e os Outros (os maus que erram), que foi transformado numa versão adocidada no Pros e Contras. Venham essas notas de campanha ! O Povo Anonimo eleitor está á espera dessa lufada de ar fresco..
Nunca voltei no BE e confesso que ainda não decidi se será este ano. Em grande parte porque apesar de concordar com praticamente tudo o que vem no manifesto eleitoral, não consigo compreender como é que o nosso estado será capaz de sustentar tudo isto, porque por exemplo, educação à borla (coisa com a qual concordo plenamente) não sai barata.
Vou ser muito sincera e admito que acho que o BE tem uma atitude pouco realista sobre aquilo que conseguirá fazer com o que temos agora. Mas por outro lado, é o único partido para o qual olho e sinto que são pessoas como qualquer outras que nos estão a apresentar as suas ideias, e não políticos com assessores e que sempre viveram da política e das “jotinhas” e que me tratam por camarada. Sinto que é o único partido que se preocupa realmente com as desigualdades sociais, desde a desigualdade entre ricos e pobres, à igualdade laboral entre homens e mulheres e principalmente na luta pelos direitos LGBT.
Restam duas semanas até às eleições e tenho apenas a certeza que vou votar. Há 2 meses atrás disse à Mariana, em jeito de brincadeira, que talvez por ela votasse no BE. Pode ser que não seja só por brincadeira afinal (e não só pela Mariana!).
Boa noite, Lígia.
Tem razão quando diz que o Bloco é o partido que se preocupa com todas as injustiças, das desigualdades salariais aos direitos LGBT. A dinâmica que a campanha teve, a forma como fomos recebidos nas ruas, é sinal disso mesmo. Decidirá em consciência, mas sabe que existe aqui gente que não vira a cara à luta.
Não sou BE, mas já nas autárquicas votei BE e votarei agora. Considero o BE um partido consistente com uma “muralha de cérebros femininos”,brilhante além de pessoas reais e verdadeiras.
Há uma década atrás seria impensável eu votar num partido de esquerda.
Banha da cobra? Nao obrigado! Fui militar de carreira e muito orgulho em ver a bandeira da NATO no mastro do navio, sou contra a ditadura comuna e não gosto de charros nem quero criancas a serem dadas aos caprichos dos homosex. quando há tanto casal em lista de espera pra adoptarem
Não é o só o medo de mudar, é também o facto que quando mudamos são mais uns quantos a encherem-se, pois os que lá estão já estão cheios. Sei que é falso que quem rouba quer sempre mais e há que dar aos amigos, aos primos, etc. Estamos cansados saturados de mentiras de promessas. Vou votar vou mas nem sei em quem, não quero o que la´está não quero o que lá esteve. Mas, quem quero? Qual a opção? Agora vem o outro a dizer que convida a formar governo quem tiver mais deputados, e esta hem?
Cara Anabela,
Decidirá em liberdade, com base na sua consciência. Mas não desista de acreditar que este país tem futuro. Encontrar-nos-emos nesse caminho.
Nao desista de nós… precisamos de si. So me ocorre dizer isto depois do que li e do que vejo sobre si. É a melhor. O meu voto é seu.
O meu Bem Hajas pelo que tens feito. O meu Bem Hajas pelo que vais fazer.
Saber estar contigo é compreender a tua coragem e a firmeza do teu compromisso. Porque é a hora, porque és um rosto e uma voz que dão forma à liberdade, segue adiante. Os que têm medo ou os que se reservam, sentem contigo e, na hora e no lugar, saberão encontrar-te.
Obrigado Mariana, Catarina e a todos os do BE que se têm batido por uma mudança, tanto na vida dos portugueses, assim como de uma maneira diferente de fazer política. É sem dúvida necessário acabar com os políticos que como diz Pacheco Pereira estão lá para “fazerem pela vida”. Acabar com todos estes parasitas. Cá em casa o BE ganhou para as Legislativas de 2015 3 votos. Força!!!
Boa tarde! Desde que comecei a vê-la fazendo perguntas ao Ricardo Salgado na TV que realmente senti que você, pelo menos você, era diferente dos outros(as) políticos(as). Notei com apreço a sua perspicácia e inteligência.
E este Diário Público não é diferente. Votei no BE nos outros anos, quando praticamente toda a minha geração que vive na zona é do Portugal à Frente…ou PSD vá, porque nenhum deles quer saber do CDS-PP.
Mas este ano sinto-me mesmo indeciso. Há ideias demasiado, a meu ver, radicais. Eu sou contra a saída do Euro, e também sou contra o não pagar a dívida. Mas também estou farto de ver a Classe Média a sacrificar-se pelo País todo, de ver os “velhotes” a viver precariamente com 300 euros por mês, e farto de ver pessoas na minha família com salários em atraso (felizmente sou um jovem com um trabalho pago a horas). A verdade é que QUERO VOTAR, mas não sei em quem votar. Quem sabe se este diário não me elucidará e a muitas outras pessoas?
Felicidades e tudo de bom para o Bloco e para si!
Saudações vindas de Fátima!
Caro Pedro,
Obrigada pela mensagem. Deixe-me dizer-lhe que radicalismo é ter um país a empobrecer à custa dos rendimentos do trabalho e da emigração. Uma política sensata é aquela que muda as regras do jogo.
Muito bem, Mariana. É preciso muita coragem para o trabalho que têm desenvolvido (sei do que falo, fui candidato à CMVRSA) contra tudo e contra todos…força! Contudo, o melhor ainda está para vir…o resultado eleitoral. Vamos aumentar o número de deputados significativamente…força a vitória está ao dobrar a próxima esquina…
Olá Mariana!
Para lá de 4 de Outubro reside a esperança de muitos portugueses, e até é legítimo pensar que Portugal será melhor caso vire à esquerda. À esquerda, ao centro, à direita ou p’rá frente, o certo é que o país continuará tão ou mais desgovernado como a vida daqueles a quem o desgoverno ganhou terreno. Muitos resistem ainda por cá, a esconder envergonhadamente os sonhos que sonharam na ânsia de amanhã, e 350 mil partiram no desejo que amanhã seja apenas um princípio, sólido e concreto.
O amanhã por aqui faz-se muito de 4 de Outubro, de segurança social, de plafonamentos variados, ou de extra queijo à porta de um preso domiciliário. No entanto, o amanhã para muitos é já hoje, numa busca sempre singularizada pelo ânimo e alento já há muito moídos e consumidos por ofertas de emprego não remuneradas – em letras maiúsculas, “NÃO REMUNERADO”, não vá o trabalhador pensar que só porque trabalha isso significa receber o seu no final do mês -, e são tantas, virgem santíssima, que a partir de certo momento até começamos a pensar que é normal, trabalhar sem receber. Os recibos verdes e os “actos isolados” lá aparecem como salvadores de alguns meses e, de facto, até salvam mais do que os meses, a vida. Mas, claro, entre tantos recibos, verdes ou isolados, há sempre “empregadores” que ultrapassam barreiras e entram no campo da desonestidade e da falta de vergonha ao inventar períodos “à experiência” fictícios com a intenção de reduzir três recibos para… nenhum. Afinal, a “experiência” não tem valor, só tens que a adquirir, e deves ficar contente por a empresa te proporcionar isso. Não te parece bem? Então, vai “bater punho” para outra freguesia, ou sobe a um palanque e diz às pessoas como devem criar o seu emprego. É o empreendedorismo, pá. Ser palestrante motivacional está na moda, e caso tenhas um ligeiro sotaque, mais engraçado fica.
4 de Outubro chegará e com ele, talvez, um novo governo, as mesmas promessas e ilusões iguais, afinal somos nós, portugueses. E longe de mim pensar que a culpa mora exclusivamente nos políticos. Recuso essa ideia quotidianamente quase na mesma proporção em que tento convencer-me de que não sou um inútil e sem qualificações de qualquer espécie. Nenhum político arca responsabilidades por querer trabalhar nas ciências sociais (quê?), pela FCT cortar ao desbarato no financiamento das bolsas de doutoramento, em especial nas ciências sociais, por não ter uma rede de contactos suficientemente abrangente ao nível do poder autárquico de forma a ter um “empurrão” (a “cunha” de outros tempos) no programa PEPAL, por aqueles em quem deposito a maior estima e afecto já terem partido há muito, por existirem empregadores que exigem competências suficientes para montar um elevador espacial até à lua, mas recusam-se a remunerar o trabalho sempre que podem.
4 de Outubro aí, e uma diferença: não em Portugal e, pela primeira vez desde os 18 anos, não poderei votar. Levo a esperança de ter um futuro, enfim, desejo acalmar a alma, é que a gente por vezes resvala em pensamentos que não deve ter. O coração em brasa pelos meus que ficam, a Maria. Não sei o que virá, mas aconteça o que acontecer, nada será mais angustiante do que o presente em Portugal, uma caixa de supermercado, pacotes de internet, a obra e os seus cubos.
Um bom 4 de Outubro, bons os dias todos!