A animação voltou ao Blog da Muriel!

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(roubado com todo o descaramento do Blog da Muriel)

“Depois de um ano, voltei com a série no blog da Muriel.
Vou tentar ser mais assídua!” Foi assim que Laerte Coutinho anunciou há dias na sua págima de Facebook o regresso da animação ao seu Blog da Muriel Total.

Na entrevista que deu à Revista 2, Laerte contou que quando o caderno Equílibrio do jornal Folha de S. Paulo, onde se publicava o Blog da Muriel, acabou, em 2012, ainda pensou manter a tira só na Web, mas não teve disciplina para isso. Nessa altura disse também que ia tentar manter a história da Muriel porque lhe interessava e porque gosta dela. “Embora às vezes a personagem fique um pouco dura por causa da militância, por causa do activismo. Eu muitas vezes escorrego”, diz vendo isso como um empecilho. “É um problema porque quebra a graça. É preciso leveza, eu pelo menos sinto falta disso”, explicava na entrevista onde tambbém explicava que Hugo Baracchini, que foi criado nos anos 1990, é o seu alter-ego e desde 2004, quando resolveu vestir-se de mulher, é também a Muriel.

Maio é mês de MEC n’ A Vida Portuguesa

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Sábado 3 Maio 17h
Lançamento do novo livro “Amores e Saudades de um Português Arreliado” com Miguel Esteves Cardoso e Catarina Portas

Domingo 11 Maio 10h30-19h30
Maratona de Leitura de “A Causa das Coisas”
150 convidados lêem em voz alta o primeiro e inspirador livro de crónicas do MEC, ao longo de todo um dia.

Domingo 18 Maio 17h
A época da Escrítica Pop
Conversa com Pedro Ayres de Magalhães, Rui Reininho e Zé Pedro sobre música, modernidade & mocidade em 1980-82


Sábado 24 de Maio 17h

“Em Portugal não se come mal”
Miguel Esteves Cardoso conversa com Maria de Lurdes Modesto sobre vícios e confortos da alimentação nacional.

Sábado 31 de Maio 17h
Os anos de “O Independente”
Miguel Esteves Cardoso conversa com Paulo Portas sobre uma aventura jornalística e a vontade de mudar o mundo.

Sempre na Loja do Intendente
A Vida Portuguesa
Largo do Intendente Pina Manique, 23

Shakespeare, nosso contemporâneo?

Será William Shakespeare (1564-1616) nosso contemporâneo? Quando se comemoram 450 anos do seu nascimento – crê-se que terá nascido a 23 de Abril, tendo sido baptizado a 26 de Abril – e se celebra a sua obra, que nunca deixou de ser encenada e admirada, o autor de Hamlet está em toda a parte. O seminário Shakespeare – Our Contemporary?, organizado pelo British Council em Berlim teve como anfitrião John Mullan e vários escritores britânicos com quem falei. Podem ler o texto no PÚBLICO e ver os vídeos das sessões por aqui.

A sessão com Howard Jacobson

Amanhã podem ler no ípsilon

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NA CAPA


O Homem que soltou a criança em todos nós

É o lado rebelde de cada um de nós enquanto crianças e a criança em cada um nós quando nos tornamos adultos. A imaginação em estado puro – “Um dia, Calvin acorda e descobre que não é afectado pela força da gravidade.” Muitos anos depois do fim de Calvin and Hobbes, parte da cultura popular do século XX, o seu criador Bill Watterson continua sem perceber bem a sua popularidade. E continua firme na decisão de não voltar atrás. Mas nós podemos: reedições portuguesas de nove livros até Setembro. Por António Rodrigues

Os grandes temas da filosofia, uma vez por dia

Se a Mafalda de Quino foi a BD de tempos mais políticos, “o Calvin é para esta época, em que a política já não é um imperativo categórico”, diz o editor Guilherme Valente, que sugeriu Calvin & Hobbes a um novo jornal: O PÚBLICO (há 25 anos).

Um cartaz vindo do céu

Bill Watterson aceitou desenhar o cartaz de Stripped – o primeiro cartoon que cria em quase 19 anos. É um documentário sobre o futuro das tiras de BD agora que o seu meio de excelência, os jornais, definha. Os criadores do filme estão felizes pela generosidade “do seu herói”.


Como se faz um filme sem sair à rua

Uma bicicleta como metáfora da liberdade. Uma miúda que desafia os preconceitos da sociedade saudita. Uma realizadora que filma no seu país, mesmo que tenha que se esconder dentro de uma carrinha. “A Arábia Saudita está a mudar”, diz Haifaa al Mansour.


É um fotolivro feito com muitas dúvidas. Está entre os melhores

Tem um livro entre os melhores do mundo: nesta semana, José Pedro Cortes viu Things here and Things still to come ser considerado entre o que de melhor se publicou nas últimas décadas – escolha de Martin Parr e Gerry Badger no terceiro volume de Photobook: a History.

Nota aos mais desatentos: O ípsilon que além da sua versão em papel tem uma versão especial tablets ( iPad e Android) está também disponível na íntegra no site http://ipsilon.publico.pt/ todas as sexta-feiras.

Sexta-feira podem ler no ípsilon

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Capicua na cidade dos sonhos

As muitas mulheres que há nesta mulher
Nas canções de Capicua há muitas personagens femininas, que acabam por ser ela própria e a digestão de décadas de representações da mulher na música popular. Por Vítor Belanciano

A dança ansiosa de St. Vicent
Após o disco com David Byrne, Annie Clark volta à pele de St. Vincent para um tratado sobre como manter a pop um lugar de efervescência. Inclui alucinações com o fundador dos Black Panthers e obsessão tecnológica q.b.

Vincent Moon e o mundo para além da La Blogothèque
Com os Concert à Emporter, pôs National ou Vampire Weekend nas ruas. Daí para cá, o seu mundo tornou-se maior. No momento em que chega a Portugal (sábado e domingo, ZBD e Maus Hábitos), o seu mundo alargou-se drasticamente. Fala ao Ípsilon depois de cinco anos a filmar pelo mundo.

As portas não voltarão a ser iguais
É arquitectura, é escultura, é arte? Reimaginar o papel das portas na arquitectura foi o que Eduardo Souto de Moura aproveitou para fazer quando lhe deram carta branca na Royal Academy de Londres.

Amor de costas cegas
Olga Roriz, coreógrafa passional, enfrenta o mito de Orfeu e Eurídice, numa coreografia desenhada para os corpos da Companhia Nacional de Bailado. Até 16 de Março, no Teatro Camões, dança-se o preço da dor, do ego e da traição.

Os que dormem debaixo das ondas
Em Nós, Os Afogados, fabuloso romance do dinamarquês Carsten Jensen , ecoam as grandes epopeias de Melville, Stevenson e Conrad.

Não há talento, há touros

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Porque hoje é domingo

António Lobo Antunes ri-se e diz: “Se fosses um leitor, o que perguntarias a Juan Marsé?” – está sentado ao lado do escritor catalão Prémio Cervantes, na Livraria Leya na Buchholz, em Lisboa. “Se eu fosse um leitor, perguntaria por que diabo não escreves um best-seller para ficares milionário de uma vez por todas? [risos] Não tenho resposta para isso. Posso fazer-te uma pergunta?”, contrapõe Marsé na conversa entre os dois amigos, a propósito do lançamento de Caligrafia dos Sonhos (ed. Dom Quixote), o romance de Marsé que tem um prefácio do escritor português.”Nos livros consegues pôr em marcha tantas vozes, tão maravilhosas e tão poéticas, como o fazes?”

Quando Juan Marsé lê Lobo Antunes, tem a sensação de que aquilo lhe sai, como aos poetas, que há ali inspiração ou algo assim. O autor de Comissão das Lágrimas (ed. Dom Quixote) desmonta a teoria: “Não há talento, há touros.” Confessa que o início de cada capítulo é para ele sempre o mais complicado e há dias em que o escritor português compreende bem o significado as palavras do grande toureiro espanhol: “O que não se pode não se pode e, às vezes, é impossível.” Também ao autor de Rabos de Lagartixa (ed. Dom Quixote) custa muito trabalhar. Quando consegue salvar um par de linhas, já se dá por satisfeito. No início nunca sabe se dali vai sair um conto ou um romance com 300 páginas.

“Às vezes, a frase que tenho em mãos diz o que quero dizer mas acaba por não ser a frase certa: tem de ter um chilreio. Podem passar-se meses e eu sei que aquela frase não está bem. Contaste o que havia a contar mas acaba por não ter vida. Às vezes é um pequeno detalhe, uma pequena matiz”, explica o espanhol.

Juan Marsé não maneja teorias e nunca sabe responder porque fez assim ou assado. “Uma vez perguntaram-me no México, e esta pergunta durante uma época era inevitável: ‘Você é mais partidário do fundo [conteúdo] ou da forma? Do que conta ou da forma como conta?’ Eu nunca sabia responder.” Um dia estava a dar uma entrevista, que não estava a ser transmitida em directo, e colocaram-lhe essa questão. Respondeu: “Sou partidário do fundo” e desenvolveu uma longa teoria de como é necessário ter uma boa história para contar e de que um livro com uma má história não interessa para nada.

Quando o escritor já se estava a ir embora, vieram chamá-lo a correr para avisar que tinha havido um problema com o áudio e tinham de tornar a gravar a entrevista. “Repetiram as mesmas perguntas e lá chegou aquela pergunta a que respondi: ‘Sou partidário da forma.’ Notei que a entrevistadora estava a olhar para mim com um ar um pouco pasmado. Tranquilamente desenvolvi uma teoria que era tão boa ou ainda melhor do que a anterior. A história é importante mas se não a contas bem não te serve para nada…” “E tu Lobo Antunes, és partidário da forma ou do fundo?”, vira-se o escritor catalão para o português e ouvem-se por toda a sala gargalhadas.

(Crónica publicada na revista 2, no dia 10 de Junho de 2012)

Shakespeare – Our Contemporary?, o colóquio em directo de Berlim

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Podem acompanhar o colóquio organizado pelo British Council e que está a decorrer por estes dias em Berlim em que autores como Naomi Alderman, A S Byatt, Howard Jacobson, Tom McCarthy, Alice Oswald, Mark Ravenhill e Polly Stenham lêem e discutem o trabalho de William Shakespeare no 450º aniversário do seu nascimento. O Professor John Mullan (do Guardian Book Club) é o moderador do colóquio. As sessões que durarão até ao final do dia de hoje e continuam amanhã podem ser vistos, em directo, a partir daqui. http://www.britishcouncil.de/webcast Ontem à noite Howard Jacobson, o autor de “A Questão Finkler” (ed. Porto editora) fez rir às gargalhadas a plateia.