Segundo dia na Festa Literária Internacional de Paraty que está a ser transmitida em streaming

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Concerto de Gilberto Gil  ontem na FLIP (fotografia de Walter Craveiro/ Festa Literária Internacional de Paraty)

Depois da conferência de inauguração da 11ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty que este ano homenageia Graciliano Ramos, feita ontem à noite pelo escritor Milton Hatoum e do concerto de Gilberto Gil que fechou o primeiro dia do evento que termina domingo, às 10h, em Paraty, no Brasil (14h em Lisboa) começa o segundo dia na 11ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty. Todas as mesas da programação principal daquele que é o mais importante festival literário brasileiro, será transmitida em tempo real no site oficial do evento (http://www.flip.org.br/) através de streaming. E durante a sessão, através da conta de Twitter da FLIP (@flip_se) podem enviar-se questões para os oradores.

A primeira mesa do dia contará com os poetas Alice Sant’Anna, Ana Martins Marques e Bruna Beber e será moderada por Noemi Jaffe. Intitula-se O dia-a-dia debaixo d’água. “Ao se tornar matéria de poesia nas obras dessas três jovens poetas, o quotidiano assume inflexões várias – cómico, melancólico, sublime. A sucessão dos dias, observada naquilo que tem de mais trivial, pode se estender num clima arrastado de tarde de domingo ou sugerir uma possibilidade inesperada de revelação, como indica o título do livro de Alice Sant’Anna, Rabo de baleia. O mergulho na vida íntima, aqui, se constrói por meio dessa tensão entre o campo delimitado pelas paredes da vida privada e um desejo reiterado de expansão.”

Mais tarde, ao 12h em Paraty (16h em Lisboa) é a vez da conversa entre o arquitecto português Eduardo Souto de Moura, prémio Pritzker 2011, e o crítico da revista The New Yorker, Paul Goldberger conversarem sobre As medidas da história. O moderador será Ángel Gurría-Quintana. Será sobre “a relação entre os espaços físicos em que vivemos e nossas experiências de tempo e memória”. E “Como é que a arquitectura participa da construção das narrativas que definem a identidade de uma certa comunidade? De que maneira prédios novos se podem relacionar com a tradição do espaço em que se inserem? Essas são algumas das perguntas que estarão em jogo nesta conversa sobre arquitectura e História.”

E no resto do dia:

Às 14h30 (em Paraty)

Culturas locais e globais com Marina de Mello e Souza e Gilberto Gil. Moderação Alexandre Pimentel

“Desde 2009, a Flip promove um evento especial para discutir a cidade e suas políticas públicas: a Mesa Zé Kleber. Baptizada em homenagem ao poeta, músico e importante activista paratiense, nesta 11ª edição da festa a mesa discute um original conceito criado em Paraty pelo poeta, cantor e compositor caiçara Luís Perequê: o Defeso Cultural. Pensado como forma de evitar que o turismo em cidades de vocação cultural tenha efeitos predatórios, a ideia do Defeso Cultural será discutida pela historiadora Marina de Mello e Souza e pelo músico e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil.”

Às 17h15 em Paraty

Formas da derrota com José Luiz Passos e Paulo Scott. Moderação de João Gabriel de Lima

“Com registos e universos temáticos muito distintos, os livros de José Luiz Passos e Paulo Scott aproximam-se no entanto num interesse comum pela derrota, entendida aqui como um expediente crítico: uma forma de contar histórias que parece excluir já de saída a possibilidade de uma solução harmoniosa para os conflitos do enredo. O ponto de vista daquilo que não deu certo, do lado que saiu perdendo, torna-se , nos livros de ambos, uma forma de fazer uma história a contra-pelo da própria sociedade brasileira, explorando suas ruínas e fantasmas.”

Às 19h30 em Paraty (23h30 em Lisboa)

Olhando de novo para Guernica, de Picasso com T. J. Clark. Moderado por Paulo Sérgio Duarte.

“O crítico e historiador da arte inglês T. J. Clark se notabilizou pela capacidade de articular em seus livros análise formal minuciosa com estudos históricos de fôlego, renovando de maneira decisiva nossa compreensão de alguns dos principais representantes da arte moderna. Nesta palestra, baseada nas pesquisas feitas para seu próximo livro, ele discute em detalhes uma das obras-primas da arte moderna, Guernica, de Pablo Picasso, quadro em que a relação entre forma e história ganha um sentido dos mais dramáticos.”

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