Amanhã pode ler no caderno ípsilon

Na capa

Fazer arte para não esquecer os mortos
“Plegaria Muda”, de Doris Salcedo na Gulbenkian
“Interessa-me contar a história do vencido, a história do vencedor já está contada”


Em “Plegaria Muda”, instalação criada para o CAM da Gulbenkian, a colombiana Doris Salcedo lida com o terror inefável da morte anónima, violenta: 162 mesas para lembrar jovens mortos por um exército a soldo e enterrados em vala comum. “Não há palavra que diga o que é para uma mãe abrir uma vala comum”, diz-nos. “Oração Muda”, chama-se, por isso. Artista do Terceiro Mundo – essa herança leva-a à incessante busca no modo como os outros vivem , acredita que a arte pode trazer quem morreu de regresso à vida. Anula a sua coisificação. Por Nuno Crespo.

Confissões de um vigarista
Paul Giamatti veio a Portugal apresentar “Nos Idos de Março” de George Clooney. Entre dois cigarros ao sol de Cascais, uma conversa sobre masoquismo e vigarice que coloca a política ao mesmo nível da representação.

A mulher que ri por último
A dramaturga Yasmina Reza vem ao Lisbon & Estoril Festival apresentar dois filmes a partir de peças suas que mostram porque é tida como um exemplo na dissecação da sociedade burguesa.

Dias em tempos de insónia
Vinte anos depois de “Nunca Nada de Ninguém”, a escritora Luísa Costa Gomes e a encenadora Ana Tamen regressam. Para mostrar o lado monstruoso da contemporaneidade.


A culpa de Erling Jepsen

“A Arte de Chorar em Coro” é uma história terna e cruel, em que o amor de uma criança pelo pai pretende encobrir a dureza de uma realidade que já toda a aldeia conhece. O autor do romance, o dinamarquês Erling Jepsen, confessa o alívio que foi escrevê-lo.

Ruta Sepetys e a identidade perdida
“Um Longo Inverno” é um testemunho da crueldade do regime de Estaline para com os lituanos deportados para os “gulags” e para os campos de trabalho siberianos. Mas é também o resultado do esforço da americana Ruta Sepetys para completar a sua identidade.

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