Boiada nos campos de Curvelo, MG, no início da viagem aos gerais. 1963-1967
A fotógrafa anglo-brasileira Maureen Bisilliat (que nasceu em Inglaterra, em 1931) esteve em Lisboa para a inauguração da sua exposição “A João Guimarães Rosa” sobre o universo do escritor brasileiro Guimarães Rosa (o sertão brasileiro e as suas personagens), na Casa Fernando Pessoa.
É uma parceria com o brasileiro Instituto Moreira Salles (IMS) que, desde Dezembro de 2003, possui no seu acervo a obra fotográfica completa de Maureen Bisilliat, composta por cerca de 16 mil imagens. “Aprecio imagens aliadas à escrita, frases escolhidas definindo melodicamente a linha da orquestração. Em livros como os de Diane Arbus (1923-1971), de Nan Goldin (1953), há essa orquestração: ritmos, silêncios, acordes, vazios. A palavra, escolhida da produção literária ou pinçada do testemunho biográfico, vem da fala íntima da pessoa, destilada. Seria quase como escrever com a imagem e ver com a palavra”, afirma Maureen Bisilliat que estudou pintura com André Lhote em Paris (1955) e no Art Students League em Nova Iorque (1957) antes de se fixar definitivamente no Brasil em 1957, na cidade de São Paulo. Trabalhou como fotojornalista para a Editora Abril entre 1964 e 1972. Autora de importantes livros fotográficos inspirados em obras de grandes escritores brasileiros, expõe em 1985 em sala especial na 18ª Bienal Internacional de São Paulo. A exposição vai ficar na Casa Fernando Pessoa até ao dia 1 de Setembro.