Ciberescritas
Isabel.Coutinho@publico.pt
“Comprem uma vez, leiam em toda a parte”. Este é o novo slogan da Amazon, que parece mesmo ser uma resposta ao slogan que a Google lançou há um ano na Feira do Livro de Frankfurt, quando explicou aos editores e jornalistas o seu projecto Google Editions: “Compre em qualquer lugar, leia em qualquer lugar”.
O projecto da nuvem da Google permitirá que as pessoas acedam e leiam os livros que compram a partir de qualquer lugar: computador, telemóvel, ecrã de televisão, iPad, Sony Reader, etc. Mas, ao que se sabe, para já não funcionará no Kindle.
Esses livros não nos pertencerão. O consumidor não é dono do livro, não o terá fisicamente; ele estará sempre albergado na nuvem, funcionará como se se tratasse de uma espécie de “leasing”. Para algumas pessoas, isto pode ser um grande problema. Se a Google falir, o que acontecerá aos livros que comprámos, mas que não temos? Chris Meade, do if:Book London, uma organização britânica que explora as potencialidades criativas dos novos média e está ligada ao Institute for The Future of the Book de Nova Iorque, esteve em Lisboa na semana passada e não o vê assim. “Estamos a ser muito duros. O que significa realmente ser dono de um livro impresso, o que é esse sentimento de pertença? Ele não dura para sempre; perdemo-lo, oferecemo-lo, deixamos que caia no banho e não o podemos ler mais. Num dos nossos projectos, colocámos uma piada: o Google desliga uma ficha e toda a nossa cultura desaparece. Talvez o grande perigo seja esse: o da perda do digital”, disse.
A base de dados do Google Editions, que irá ter 400 mil títulos para venda e dois milhões de livros em domínio público, deve começar a funcionar ainda este ano nos EUA e em 2011 na Europa. Segundo noticiou a “The Bookseller”, fizeram acordos com 35 mil editores em mais de 100 países.
Esta semana, numa das discussões online da comunidade Kindle, a equipa da Amazon divulgou que com a próxima actualização de “software” para os seus aparelhos vai ser possível ler os jornais e revistas que assinamos através do Kindle mesmo quando não temos o aparelho à mão (poderemos fazê-lo em computadores, telemóveis e tablets através da aplicação Kindle).
A outra novidade é que quem tiver um aparelho para ler livros electrónicos Kindle ou as aplicações grátis que permitem ler esses e-books no PC, no Mac, no iPad, no iPhone ou nos BlackBerries vai poder emprestar o livro uma única vez, e esse empréstimo pode durar até 14 dias. Enquanto o livro estiver emprestado, tal como aconteceria se se tratasse de um livro em papel, o dono não terá acesso a ele. Mas nem todos os livros poderão ser emprestados. Tal como nem todos os livros Kindle podem ser transformados em audiolivros quando descarregados para o e-reader. Essa decisão cabe exclusivamente à editora ou aos proprietários dos direitos de autor. Esta ideia não é nova. Quando a cadeia de livrarias norte-americana Barnes & Noble lançou o seu aparelho para ler e-books, o Nook, já permitia o empréstimo de livros.
Amazon
http://www.amazon.com
Google Books
http://books.google.com
(Crónica publicada no suplemento Ípsilon no dia 29 de Outubro de 2010)
Isabel passei para conhecer seu blog ele é not°10, show, muito maneiro com excelente conteúdo você fez um ótimo trabalho desejo muito sucesso em sua caminhada e objetivo no seu Hiper blog e que DEUS ilumine seus caminhos e da sua família
Um grande abraço e tudo de bom