NetGalley, uma boa ideia

Nesta edição da Book Expo America (BEA), que decorreu há semanas em Nova Iorque, aprendi uma palavra nova: “e-galleys”. Na feira costumam ser distribuídos aos jornalistas, bloggers, livreiros, bibliotecários e a todos os que passem por lá as tais “galleys” – exemplares impressos dos livros que durante os próximos meses vão ser publicados nos Estados Unidos.
Estes exemplares são usados como forma de promoção.
Na verdade, são provas não corrigidas de obras que irão para as livrarias norte-americanas a partir de Setembro e algumas só serão mesmo publicadas em 2010. Este ano, a novidade é que os editores norte-americanos, em contenção de custos, optaram por distribuir algumas destas obras em formato electrónico.
Foi o que aconteceu com a HarperCollins, que distribuiu postais com as capas de alguns desses livros, com um código de acesso no verso. Quem for ao “site” da HarperCollins nos próximos meses e estiver na posse do código pode descarregar, assim, os livros em formato electrónico (PDF e EPUB) e lê-los depois no iPhone, num computador e no Sony Reader. Isto é feito através dos cartões Symtio, que são uma nova forma de vender livros electrónicos.
Ao distribuir na BEA os livros assim com tanta antecedência, as editoras pretendem criar um grande falatório à volta destas obras que são as suas apostas e, se os livreiros e os bibliotecários e os jornalistas gostarem delas, têm mais tempo para se prepararem e seguramente farão uma melhor divulgação das mesmas. É por isso que quando pegamos num jornal inglês ou num jornal americano temos críticas e recensões a livros exactamente na semana em que estes estão a chegar às livrarias. Por cá, embora as coisas se estejam a modificar, até há bem pouco tempo era comum passarmos pelas livrarias num fim-de-semana e já estarem à venda livros que ainda não tinham sido entregues nas redacções dos jornais. Juntem a isso o tempo que leva a ler um livro, mais o tempo que leva a reflectir sobre ele e a escrever a crítica. Contem com o tempo para a paginação e finalmente, semanas depois de o livro estar na livraria, lá aparece a primeira referência num jornal.
O que por cá alguém devia fazer era um “website” como o do NetGalley. Já no ano passado, em Los Angeles, estavam representados na BEA. A NetGalley é “um serviço para pessoas que lêem e que recomendam livros”. Os editores fazem “upload” das suas “galleys”, isto é, colocam online as “provas não corrigidas” das suas obras, a que juntam algum material de promoção e informações sobre o livro e enviam mensagens para que os seus contactos – jornalistas, bloggers, livreiros, bibliotecários, professores, etc. – acedam ao site e descarreguem o livro para o seu computador, numa cópia em PDF protegida a que podem ter acesso durante um mês. Ou então têm a possibilidade de ler o livro enquanto estão online, através de um programa de leitura que existe no site. No futuro, poderá vir a existir a possibilidade de o PDF ser enviado através da Amazon para aqueles que possuem um Kindle, mas isso ainda não está a funcionar.
Quem está inscrito na NetGalley tem acesso a um catálogo público de todos os livros que irão ser publicados e que os editores ali disponibilizam e pode fazer uma requisição para a sua leitura. O editor decide depois se aceita esse pedido ou não. O NetGalley é um serviço grátis e também está preparado para receber dos editores ficheiros áudio, “trailers” de livros, ilustrações, documentos Word ou PDF.

Symtio
http://www.symtio.com/

Shop HarperCollins
http://shop.harpercollins.com/

Net Galley
http://www.netgalley.com/

(publicado no suplemento Ípsilon de 12 de Junho de 2009)

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2 comentários a NetGalley, uma boa ideia

  1. Não sei porquê, mas os meus olhos têm uma espécie de atracção por erros graves de português e saltam logo para os ditos. Aconteceu aqui também. Não é «…semanas depois DO livro estar na livraria…», mas sim «…semanas depois DE O livro estar na livraria…»

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