Compro ‘gadgets’, logo existo

Ciberescritas

Isabel.Coutinho@publico.pt

É cada vez mais frequente encontrar pessoas que vivem fora dos Estados Unidos e que têm um Kindle, o leitor de livros electrónicos da Amazon. O Kindle só é vendido nos EUA e tem características que só funcionam quando se está em território americano. Uma delas é a capacidade de a partir do próprio aparelho, com um número de cartão de crédito norte-americano, se comprarem e descarregarem livros electrónicos em 60 segundos, sem ser preciso ligar o “e-reader” a um computador (apesar disso, o Kindle funciona também com PC e com Mac através de USB).

No entanto, há quem tenha arriscado a compra como o brasileiro António Carlos Silveira, que numa viagem aos EUA adquiriu o modelo Kindle 2. No seu blogue, que tem o seu nome, colocou um vídeo que filmou quando a caixa do Kindle 2 lhe chegou às mãos. “Desembalando Amazon Kindle 2” é o título do vídeo e enquanto vai abrindo a caixa de cartão António vai explicando que esta caixa é menor e menos requintada do que a antiga (a do Kindle original), que o teclado é melhor, etc. António trabalha na Yahoo! Brazil e no seu “post” vai analisando ponto por ponto. Escreve ele: “No novo Kindle2 foram removidos o ‘click-wheel’ e a barra lateral de navegação, que era um certo diferencial do Kindle1.

Agora há um direccional de 4 direcções mais o ‘click’. Fiquei um pouco pessimista quando vi a primeira vez esta opção, mas ao usar o novo direccional posso concordar que é um avanço, principalmente com a função de consulta rápida ao dicionário (em inglês obviamente).”
António também considera que o teclado ficou muito melhor e gosta dos atalhos que se podem activar para aceder rapidamente a comandos sem ter que ir ao menu do aparelho. Mas o que ele acha que melhorou mesmo é “o tempo de resposta da nova tela”, já que no antigo modelo “ao pressionar uma tecla o Kindle demorava uns segundos para responder o que tornava seu uso muito irritante”. “Agora estou usando muito mais o teclado enquanto uso o Kindle2″, explica.

Apesar destas melhorias António ainda considera o aparelho muito caro e acha que pelo preço que custa devia ter ” tela sensível ao toque: com a introdução do iPhone todos acabam esperando uma tela com resposta ao toque”, ecrã colorido (“por favor: 16 tons de cinza é sacanagem”), ligação WiFi (“chega de rede sem fio via celular, habilitando Wifi no Kindle tornaria possível utilizar seus recursos sem fio em qualquer lugar do mundo”).

Num outro “post”, intitulado “Amazon Kindle – como usar no Brasil” confessa que “usar o aparelho com a rede sem fio é outra coisa, é possível comprar livros em questão de segundos, ainda bem que não funciona no Brasil, senão estaria falido :-). Também é legal a opção de assinatura de jornal, com a rede sem fio o jornal é entregue todo dia de madrugada e quando você acorda a versão digital já está no seu Kindle, muito legal.”

Na Irlanda, Ferdinand von Prondzynski também comprou um e colocou as suas impressões no A University Blog. Primeiro só lia clássicos (sem direitos de autor) e os livros que já vinham com o aparelho, mas depois aproveitou uma ida aos EUA para, com um cartão de crédito norte-americano e uma morada nos EUA, encher o aparelho com livros novos. Também ele comprou um Kindle na sua primeira versão e agora, tal como António, não resistiu a adquirir o novo modelo. Explica tudo no seu blogue e acrescenta: ” I acquire gadgets, therefore I am.” (“Compro gadgets, logo existo”, uma variante de “Penso, logo existo”, de Descartes).

António Carlos Silveira
http://www.acarlos.com.br/blog/

University Blog
http://universitydiary.wordpress.com/

(crónica publicada no suplemento Ípsilon de 29 de Maio de 2009)

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