Entrevista de valter hugo mãe ( com as linhas desaparecidas)

Na edição em papel do Ípsilon desapareceram na paginação, na passagem de uma página para a outra, algumas linhas numa das respostas do valter hugo mãe. Aqui fica a versão completa e sem cortes involuntários.

O escritor que não usa maiúsculas para o leitor ficar sem travões

Isabel Coutinho

Quando lhe perguntam se vive da escrita, responde que está a “morrer da escrita”. Licenciado em Direito e pós-graduado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea, valter hugo mãe, 36 anos, trabalhou no Centro de Estudos Regianos em Vila do Conde, foi sócio-gerente das Quasi Edições em Vila Nova de Famalicão durante anos. Criou Objecto Cardíaco, editora que faliu porque se “atrapalhou com a contabilidade.”
Foi poeta antes de ter descoberto a prosa quando, em três dias, “o nosso reino”, primeiro romance que publicou em 2004, lhe começou a aparecer no computador.
Por “o remorso de baltazar serapião”, segundo romance, recebeu o Prémio Literário José Saramago – Fundação Círculo de Leitores, o ano passado. Para o Nobel português, este livro foi “uma revolução”, “um tsunami, não no sentido destrutivo, mas da força.” Regressa agora. “o apocalipse dos trabalhadores” é um retrato do nosso tempo, uma história que se passa em Bragança.
Nasceu em 1971, na cidade angolana Henrique de Carvalho, mas cedo veio para Portugal. Fez a escola primária em Paços de Ferreira, onde viveu antes de ir morar aos nove anos para Caxinas, zona piscatória de Vila de Conde.
De vez em quando é dado a assombros de rebeldia. Na capa de um dos seus livros, “pornografia erudita”, é reproduzida uma fotografia em que aparece nu. Essa capa é posterior a “uma aventura ainda mais pirotécnica”, que foi a experiência de ser fotografado nu na Avenida da Liberdade em Braga, num domingo à tarde. “Precisava de me sentir fora de uma convenção, sentir que ainda tinha força para me reinventar.”
Um dos seus amigos, Paulo Brandão, programador do Theatro Circo em Braga, fez a instalação “o teorema de valter” para uma exposição no Museu Nogueira da Silva. “Ele só pensa em coisas escatológicas, tenebrosas e substancialmente imorais. Disse-me que eu ia ser o seu objecto de arte. Pediu-me as minhas unhas, cabelos, pêlos púbicos, urina e ainda esperma. É um dos meus melhores amigos e não tive como não me sujeitar à violência.”
Está a trabalhar numa exposição de artes plásticas que fará até ao final do ano e vai publicar um livro onde reúne a sua poesia. Mas nos últimos anos a relação com a prosa tornou-se tão fundamental que está “às aranhas”: muitos dos poemas nunca mais reeditará. Por estes dias, a única poesia que faz são letras para canções (para Mundo Cão, Clã, Rui Reininho, Paulo Praça).

P. Como chegou à Maria da Graça e Quitéria? Estas personagens, duas mulheres-a-dias de Bragança, são a alma deste romance com título estranho, “o apocalipse dos trabalhadores”.

V.H.M – Não foi por acaso que decidi chamar-lhe Maria da Graça. Ela vai vivendo uma certa desgraça, muito relativa. Faz a opção pelo erro, quando o erro é para ela o caminho da felicidade. Gosto disso na personagem.
Nos meus romances preocupo-me obsessivamente com as mulheres. Compadeço-me mais facilmente com a desgraça delas. Porquê? Não sei. Talvez porque adoro a minha mãe e a seguir à minha mãe existe a minha irmã mais velha, que era a minha segunda mãe. E depois há a minha outra irmã – mais velha do que eu e do que o meu irmão -, que era a minha terceira mãe. Sou o mais novo: muito estragado por elas.
Enterneço-me mais com a perdição das mulheres do que com a dos homens. As mulheres sobrevivem muito mais, lutam muito mais, resistem muito mais. Mas se tiverem de morrer fazem-no sem tanta hesitação. Isso fascina-me, seduz-me e enternece-me.

A cumplicidade entre as duas amigas, as conversas, a maneira como encaram a vida são dos momentos mais divertidos deste livro.

Aqueles diálogos surgiram-me como se elas estivessem diante de mim e eu tomasse apenas nota. Tive alguns ataques de riso. Ficava estupefacto com a gestão das personagens que se me impunha. Sobretudo porque as piadas que elas iam dizendo surgiam-me como anedotas que me estavam a contar e que eu não conhecia.
Em termos formais, queria fazer um diálogo sem qualquer interrupção durante duas ou três páginas. Queria que, em última análise, algumas das coisas pudessem ser atribuídas a uma ou a outra indistintamente. Não interessava descobrir qual delas poderia dizer tal coisa, mas criar uma tonalidade, uma força em cada uma das personagens, que permitisse ao leitor mais atento ter poucas dúvidas sobre quem é que diz o quê. A personalidade delas é tão vincada que vamos percebendo.
Não contava que o livro fosse cómico. Estava expectante: quando entregasse o livro à minha editora, Maria do Rosário Pedreira, o que ela me diria? valter hugo mãe em versão engraçada? Mas será possível?!

São mulheres do povo, falam de maneira específica. Nos seus outros romances as personagens também parecem sair das entranhas da terra. De onde é que isso lhe surge?

Cresci muito calado. O que me entretinha eram as conversas dos outros. Fui guardando personagens dentro da cabeça, tonalidades. Aquilo que mais me impressiona tem que ver com as pessoas mais simples, que aparentemente parecem menos dotadas para a luta da vida e que vistas de perto são as mais resistentes.
Vivo na parte piscatória de Vila do Conde, nas Caxinas, o espaço mais agreste [ver reportagem nestas páginas]. Vivo lá desde os 9 anos e ali as pessoas são endurecidas. Quem não os entende acha que são más pessoas, mal-educados ou brutos. Há quem tenha medo. Vistos de perto são pessoas impressionantes porque são rochedos humanos. Perdem familiares no mar. Há gente que perde marido e filhos num ano. Ficam sozinhas e sobrevivem com um mutismo, uma dignidade impressionante. Continuam a sair à rua, a lavar-se, a pentear-se. Vestem um preto integral, não se vê outra cor no corpo, assistem às missas, compram o pão, param cinco minutos a conversar seja com quem for, existe uma profundidade na imagem dessas mulheres que me impressiona.
As conversas delas são entre o desajeitado e o importante. Procuram maneiras de explicar as coisas mais insondáveis e inexplicáveis e nessa busca dizem coisas incríveis. Assisto a isto quando vou buscar o pão ou quando me sento no café – aquela gente, sem qualquer tipo de terapia, sem ajuda de psicólogos, de psiquiatras, muitas delas analfabetas, o esforço que fazem para se fazerem entender e sobretudo para subsistir… Isto porque acima de todas as coisas existe aquela importância de se estar vivo, que eu não percebo. Se eu fosse uma mulher de 50 anos a quem quatro filhos e um marido morressem num mês de Novembro no alto mar eu tombava de uma ponte abaixo. Mas elas sobrevivem. Sabem qualquer coisa que nós não sabemos.

O sagrado e o profano, a vivência quotidiana da religião, a relação com Deus e o Diabo são temas do seu universo literário. E neste livro está muito presente a morte.

Tenho uma concepção estranha da morte; acho que é a nossa grande oportunidade. Se não for a morte que nos leva a algum lugar absolutamente incrível, não vai ser rigorosamente mais nada. A menos que se arranje um bilhete para os Açores, a vida é difícil.
Tenho esse fascínio de saber o que acontece no momento em que desligamos a máquina. Dia sim, dia não acredito na vida depois da morte. Não consigo escapar à ponderação desse momento. Deus aparece nos meus livros mas maltrato-o muito. São Pedro como oficial de Deus neste livro também é mal tratado. Ser criado num país como Portugal, numa família relativamente católica, que de vez em quando vai à missa – nasci nesse respeito um bocadinho largo, lasso, não consigo deixar isso de fora.

Embora tenha nascido em África, em Angola.

Só lá estive até aos dois anos e meio. Cresci como uma criança muito feliz em Paços de Ferreira. Não tenho memórias de África, a minha memória mais antiga é do 25 de Abril. De alguma forma foi o dia em que a minha cabeça nasceu.
No dia 25 de Abril de 1974 o meu pai tinha uma reunião no Banco de Portugal, em Lisboa, e fizemos a viagem na estradinha antiga, demorámos muitas horas. Não se ouviu rádio, não se tomou qualquer consciência do que estaria a acontecer e quando chegámos a Lisboa a memória que tenho é de estar num parque a brincar com um miúdo loirinho, de olhos azuis, e o meu pai aparecer aos gritos a dizer: “Antónia, Antónia é uma guerra, é uma guerra!” A minha mãe pegou em mim, começamos a correr para o carro, arregalei os olhos, fiquei espantado. Ouvimos uns tiros, provavelmente alguém a matar pardais [risos]. Tenho essa memória e a da expressão que aquele miúdo dizia: “Eu cá vou para o escorrega”, “eu cá vou fazer isto”. Nunca tinha ouvido tal coisa. Fiquei com isto para a vida toda. “Eu cá…” e o meu pai a gritar “é a guerra, é a guerra” porque não percebeu nada do que se estava a passar e ouviu uns tiros.

Também já afirmou que teve uma “meninice livre”, permitida numa vila pequena como era Paços de Ferreira.

Cresci em Paços de Ferreira como uma coisa selvagem. O perigo era zero, vinha todo da nossa cabeça. Perigoso era se houvesse um buraco que não se visse e nos atirássemos lá para dentro. Às vezes sabia-se que os miúdos rachavam a cabeça e partiam as pernas, mas os perigos eram estes. Eram nossos, ninguém nos faria mal. Cresci assim, muito na terra, em cima das árvores e a subir aos castelos de madeira. Já havia muitos madeireiros e muitas fábricas de móveis. A madeira fica empilhada e saltávamos de uns para os outros. Tive uma sorte danada por nunca me ter estropiado. Os meus amigos têm cicatrizes incríveis, uma lojinha de horrores.

Foi aí que frequentou a escola primária.

Não queria lá entrar porque o meu irmão me dizia que batiam muito. Faltei à primeira semana de aulas. Tinha medo. Era lingrinhas. Quando a minha mãe soube que eu fugia da escola convenceu-me ao dizer que se fosse à escola ia aprender a guardar as coisas dentro da cabeça.
Em vez de lhe perguntar o significado das palavras, aprendia a escrever, guardava tudo e a folha de papel era como uma caixinha. Era como se a minha cabeça entornasse coisas e eu depois podia entorná-las para dentro de uma caixinha. Quis ir à escola aprender aquela magia. Ali comecei a coleccionar as minhas primeiras palavras. A ter com a escrita e com o texto uma relação fantasista em que a realidade era composta por coisas que nem toda a gente vê. Cada um tem que procurar as suas invisibilidades.

Nessa escola primária aprendeu com certeza a escrever com “letra grande”. Mas, mais tarde, as maiúsculas desapareceram dos seus textos.

A dada altura percebi que as minúsculas ligam o texto, aceleram-no, precipitam o leitor. As vírgulas ficam menos virguladas e os pontos menos pontuados. Então as pausas tendem a ser mais breves. Há uma aceleração que se junta a uma certa urgência da história. O leitor fica sem travões.

Tem tido reacções de leitores? Dificulta-lhes a leitura?

Ao que sei, no início, a primeira reacção é um choque. As pessoas ficam aflitas, não sabem onde parar, não percebem onde a frase acabou. Mas o leitor menos preguiçoso habitua-se ao fim de quatro páginas e consegue deslizar. Consegue seguir naquela leitura com menos travões com alguma destreza. Fico contente quando percebem que este tipo de pontuação os leva mais rápido ao fim da história.

Como começou a arquitectar este romance?

Pelo Andriy [personagem] que vem para Portugal para voltar mais tarde para a Ucrânia rico – uma das ideias mais perversas deste livro. A primeira pulsão teve que ver com xenofobia. Estava com o meu círculo de amigos no café e achei que éramos aborrecidamente convencionais: todos brancos, com uma família portuguesa normalíssima, sem nenhuma mega-desgraça e nenhum brilho especial; não temos nenhum amigo africano, nem transexual, somos chatos de tão normais. Nessa altura entraram uns ucranianos no café e decidimos incluir no nosso grupo alguém que viesse de fora. Precisávamos de gente que nos trouxesse experiências diferentes e nos obrigasse a pensar e a ver as coisas de outra forma. Na altura pensei: precisamos destes ucranianos até ao tutano. É urgente sabermos quem são, de onde vêm e se gostam de aqui estar. Então atirei-me violentamente a eles.

Quem são eles?

Trabalham em Vila do Conde nas obras ou fazem limpezas. Muitos têm cursos superiores. Foi uma excelente conquista ter aquelas pessoas como amigas. Quando um deles finalmente me conseguiu explicar a expressão Grande Fome da Ucrânia – não conseguia formulá-la assim, dizia que era “muita fome ucraniana” -, fui pesquisar e percebi que todo o século XX da Ucrânia é atravessado por um enfraquecimento psicológico e físico das pessoas, que tem que ver com o facto de terem morrido milhões à fome e poucos anos depois na Segunda Guerra Mundial morreram ainda mais. Diziam-me que um ucraniano quando foge de alguma coisa foge da fome, mesmo que coma. Porque o medo de voltar a passar fome é uma coisa das novas gerações ainda. É impressionante.
Tentei fazer alguns paralelos e não temos nada assim. Poderíamos sentir a necessidade da liberdade porque alcançámo-la apenas em 1974. Mas as novas gerações estão a leste do 25 de Abril. Foram essas coisas que me convenceram que precisava de ter uma personagem ucraniana no livro e de combater a nossa pequena xenofobia de estarmos todos os dias sentados com as mesmas pessoas e não nos disponibilizávamos a um esforço mínimo de chegar ao espaço do outro.

Não foi por acaso que escolheu Bragança para local da acção do livro…

É o interior do interior. Bragança está estigmatizada com alguns preconceitos: as mães de Bragança, a ideia de que o Norte do país é profundamente católico e castrador. Quis desmistificar essa imagem. Ao pudor que temos a tendência de pensar que existe naquela cidade corresponde o despudor. Sem um, o outro não se tinha manifestado.
Eles têm uma abertura à diferença porque estão ao lado da Espanha. Nem que essa diferença seja só o lavrador espanhol. Mas é diferente, já fala de outra maneira, já diz outras coisas e viu outro programa de televisão à noite. É muito enganador julgar que aquela gente do interior não é de alguma forma cosmopolita. Em termos de consciência encontro uma abertura que não encontro em muitos sítios.

O seu percurso é singular: publicou vários livros de poesia, está traduzido no estrangeiro. Durante anos fugiu da prosa mas foi através dela que encontrou o seu lugar na nova geração de escritores portugueses.

Há quem não goste nada da minha poesia. A prosa veio ao meu encontro, eu não estava à procura. Era tão reaccionário que quando fiz a pós-graduação com o professor Luís Adriano Carlos eu dizia nas aulas: “Abaixo a prosa! Os prosadores são todos uns chatos. Contar historinhas? As historinhas estão todas na Bíblia. A mim interessa-me é o trabalho da linguagem, a força das expressões, a poesia e os poetas é que são.”
Por causa dessa pós-graduação, que deviria ter sido um mestrado, tranquei-me em casa e estive dias a vegetar em frente ao computador.
Ao fim de dois dias, um domingo, completamente moído do cérebro, prestes a entrar numa depressão e a telefonar ao professor a dizer “não vou fazer mestrado, não consigo escrever uma linha sobre isto estou sem cabeça”, vi subitamente no ecrã do computador um documento que dizia “era o homem”. Abri e tinha uma única frase: “era o homem mais triste do mundo.” [Primeira frase do seu primeiro romance: “era o homem mais triste do mundo, como numa lenda, diziam dele as pessoas da terra, impressionadas com a sua expressão e com o modo como partia as pedras na cabeça e abria bichos com os dentes tão caninos da fome.”] Não sei se foi a ligação mágica ao que eu estava a sentir, a minha vida ali parada, prossegui aquela frase até às 52 páginas escritas. Fui levado pela mão por aquele texto. Acabei “o nosso reino” e fiquei tão obcecado que imediatamente comecei a escrever “o remorso de baltazar serapião”.

Como chegou depois este manuscrito à sua editora, Maria do Rosário Pedreira?

Fiquei indefeso perante aquilo. Não conseguia discernir, não sabia o que aquilo era. Tinha conhecido o editor João Rodrigues que na altura estava na Ambar e gostei tanto dele que queria que ele editasse o meu livro. Mas não tinha lata de lhe aparecer assim a pedir para me editar o livro. Escrevi então uma carta à Maria do Rosário Pedreira, minha amiga, a explicar-lhe que embora quisesse que ela lesse, o romance era para ele. Precisava de ter a certeza de que não estaria a incomodá-lo se lhe mandasse o livro.
Ela recebeu o livro numa sexta, vim a Lisboa na terça ver a Adriana Calcanhoto, ela disse que queria jantar comigo e disse-me: “Já li o teu romance e o romance é meu.” Como assim?, perguntei. “Não vou dar este romance a ninguém. Desculpa, podes adorar o João Rodrigues, o que quiseres, mas este romance é meu!”
Garantidamente foi um dos dias mais felizes da minha vida. Entrei numa dimensão da qual não quero sair. A hipótese de fantasiar ainda mais a minha vida foi-me permitida pela prosa.

E aqui, aqui, aqui, aqui, aqui pode ver todo o trabalho publicado no Ípsilon. Uma caixa sobre Antony, a reportagem da Inês Nadais nas Caxinas e ainda a crítica ao romance assinada por Maria da Conceição Caleiro aqui e aqui.

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42 comentários a Entrevista de valter hugo mãe ( com as linhas desaparecidas)

  1. Pingback: Valter Hugo Mãe,a grande linguagem das atrações da Fliporto | Blog do Flávio Chaves

  2. Nem imaginava que alguém iria se interessar pela nossa tragédia, pelo Holodomor, agradeço valter hugo mãe do fundo do coração! Agora tenho que encontrar este romance e ler a história do Andriy. Sem falta.

  3. Pingback: Ciberescritas » valter hugo mãe no regresso de “Pessoal e… transmissível”

  4. e eu nao disse que a entrevista era tonta. lê bem… disse que nao era particularmente interessante. mas as do lobo antunes também nao sao, porque o homem diz sempre o mesmo, e isso nao quer dizer que é mau escritor.

  5. mas o que é uma entrevista?
    por acaso faz parte da obra de um autor? julgo que não…
    que tem isso de especial.

    e não concordo que o livro seja idiota nem digno de uma menina do primeiro ano de letras. daqui a pouco o valter é a margarida rebelo pinto, não?

    sinceramente.

  6. kid, fiquei a meio. é pretensioso demais, a armar aos cucos, com uma “poesia” gasta, sem graça, que só leva no bico miudinhas suburbanas do primeiro ano de letras. não recomendo mesmo. se não fosse meio-idiota era indigesto.
    e com esta também me vou, mas não sem antes dizer que, finalmente, alguém concorda que a entrevista é um bocado para o tonto, para não dizer muito.

  7. o que me parece a mim é que ninguém leu nada do valter a não ser a entrevista.
    Lembrem-se do que dizia o Nabokov (?):
    “penso como um génio, escrevo como um homem de talento e falo como um atrasado mental”

    até pode ser que a entrevista não seja particularmente interessante, mas o valor do valter deve medir-se pelo que escreveu.
    O APOCALIPSE DOS TRABALHADORES é um excelente romance, e se em vez de perderem tempo a escrever idiotices aqui o estivessem a ler, envergonhavam-se menos.
    e com esta me vou.

  8. Carlos,

    «ora aí está a razão porque o vhm teve capa do ípsilon … “quem escreve para tolos tem sempre grande público”.»

    Explique-me a sua afirmação, porque não sei em que é que o Carlos acredita, o Ípsilon tem uma grande audiência?

    Se não quis ser inofensivo, quis então ser abertamente ofensivo?

    Gostaria também de lhe apalpar a opinião sobre o grande público: são necessariamente tolos que se juntam, ou ficam tolos depois de se juntarem?

    Sobre a discussão livros bons / livros maus, acrescento isto: a única forma de anunciarmos só ler livros bons é abdicando de opinião e gosto pessoal, e ter a prescrição de alguém preservando-nos do risco de más leituras fora do gosto emprestado.

    O meu exemplo: Gonçalo M. Tavares; não gosto, e tive de ler para o perceber, todas as opiniões que respeito prometiam-me o contrário

    O que li dele? Jerusalém, entrevistas e este conto:

    http://www.ficcoes.org/biblioteca_conto/o_vaso.htm

    Leiam, é breve.

    (Ide ao índice, o conto da Agustina é muito bom, destaco esta frase deliciosa: “O mundo está cheio de pessoas que se parecem e todas se continuam, sim, todas se continuam.”)

    Faz-me lembrar uma entrevista em que ele afirma que o escritor deve dizer o mínimo possível e calar-se imediatamente. Há aqui muita lógica que me escapa.

  9. A moda não constitui para mim um critério, nem para escolher um livro, nem para deixar de o fazer.
    Quando não conheço um livro, também o folheio, leio a contracapa, as badanas, um capítulo ao acaso, se possível pesquiso o autor, etc.
    Há muitas razões que me levam a ler um livro de ficção: porque aprecio a escrita, porque trata de um tema que me interessa, porque considero que faz parte da minha educação… Mas não fico presa ao ranking de um autor para ler uma obra sua ou para, pelo contrário, bani-la da minha lista. Não sou crítica literária, sou uma comum leitora que aprecia o muito que os livros podem oferecer.

  10. Pois bem, como saber se um livro é mau sem o ler? …
    Diga-me, como escolhe um livro que vai ler? É simplesmente porque está na moda, porque a crítica é boa, porque é bem publicitado?
    Escolher um bom livro para ler, dá trabalho. Não é só chegar à livraria e pegar num livro, à sorte…certo?!
    Faça como eu, leia o prefácio, leia a contracapa, escolha algum capítulo para ler alguns parágrafos….
    Há tantas formas de ler bons livros e rejeitar os maus.
    Agora diga-me, é assim tão difícil?!

    Saudações literárias

  11. Também acho: deve-se ler. E não penso que a questão se prenda com as capas de revista ou a promoção que a editora faz dele. Querem vender livros, é normal. Mas, onde está a discussão sobre este autor (ou não se deve interpretar os autores?)? Qual o seu mérito? A originalidade do seu olhar; a profundidade das suas ideias? Digam-no, e porquê, em vez de falarem em flores que massajam ao de leve os neurónios. Será porque inventou uma nova língua? Vamos todos passar a falar assim de ora em diante? Será pelas minúsculas que aceleram a leitura? É esse o seu grande contributo? Digam-no apenas…

  12. Humm… é impressão minha ou o raciocínio exposto por aminóna tem um pequeno senão?
    Se ninguém ler os livros supostamente maus, como saber que o são?

  13. ora aí está a razão porque o vhm teve capa do ípsilon … “quem escreve para tolos tem sempre grande público”.

  14. “A arte de não ler é muito importante. Consiste em não sentir interesse algum por aquilo que está a atrair a atenção do público numa determinada altura. Quando um panfleto político ou eclesiástico, um romance ou um poema estão a causar grande sensação, não devemos esquecer-nos de que quem escreve para tolos tem sempre grande público. Uma condição prévia para ler bons livros é não ler os maus: a nossa vida é curta.”
    E não é que Arthur Schopenhauer (in “Aforismos sobre a Sabedoria da Vida” ), que viveu nos séculos XVIII – XIX, tem toda a razão…

  15. observo que o discurso tem evoluído: é melhor que uma festa popular.vamos lá deixar os floreados e voltar à antiga quarta classe. um diploma doutros tempos será sempre um diploma. agora, os moços e as moçoilas saem das faculdades de capa e batina e escrevem cúcú em vez de cócó. uma tragédia.
    adorei essa do autor que se deita todas as noites com a obra. seria uma ditadura. então e os leitores? e os direitos ? o assunto «provinciano» que gira nesta conversa é curioso. mas o quê? as mães de bragança foram um acontecimento feliniano neste nosso portugal. um amor provinciano é uma experiência única na vida . a vida é só uma, que mais querem?andam estes viajantes pelo mundo a produzir o turismo do autoclismo, os parolos deslumbrados e nunca foram abençoados por um amor provinciano?ó meus queridos, o mundo é só atravessar a rua, está lá tudo.

  16. Agora podemos compilar este rol de críticas esclarecedoras num livro (sugiro o título: Caxinas, um outro olhar; ou do interior profundo) e esperar que apareça alguém a dizer: «este livro é Meo». E já que se fala tanto em viagens, sugiro (atenção!, é apenas uma sugestão) uma viagem ao mar com os pescadores da referida Caxinas, para os que se acham aborrecidamente convencionais, ou, numa perspectiva mais cosmopolita, à Ucrânia. Boas leituras e boas escritas; um abraço a todos.

  17. Olha a vaidade da leitura! Aqui vai ela marchando garbosa como nas antoninas! Leiam muito, leiam tudo, barrigadas de leitura, não interessa se boa ou má, interessa a quantidade.
    Que deus e o diabo vos afaste desses lugares incultos, Punta Cana que medonhice, nordeste brasileiro que desastre de deserto, Havana – que o intelecto engana…
    Façam o que eu digo, eu digo para lerem muito, eu é que sei! Viajem muito mais, mas só para o lugar X, o Z e R. Agora levantem o braço esquerdo e dêem pulinhos sobre o pé esquerdo, dez vezes, mudem de braço de de pé, metam os dedos indicadores no nariz, alternando saltinhos sobre cada um dos pé. Expirem, relaxem.

    Eu é que sei!

    Leiam muito!

    Façam o que eu digo, não me ouvem?

    Ninguém me liga?, ninguém me ouve?

    Então? Eu deixei bem claro que EU é que sei…!

  18. Quem é que neste filme é provinciano? Um autor que defende o cosmopolitismo de Bragança (só aceitável como ironia; ou então por moralismo protestante e calvinista: as “mães de Bragança” como sinal dos tempos cosmopolistas pelos quais neste momento passa Berlim, Amesterdão e Londres …). Tenham dó de quem já não tem paciência para pretensiosismos. E leiam, leiam muito … (o vhm e o m. tavares só depois de terem lido uma dúzia de jovens autores europeus, que é para poderem apreciar), e viajem também, muito se puderem, que enriquece o espírito (Punta Cana, nordeste brasileiro e Havana não contam … sei que são os vossos sítios preferidos …)

  19. os ditos produtos são universais e sabeis que mais? ide gasear para a ponte sobre o tejo ou sobre o rio excremento dos burros. a obra é de quem a faz e cada um usa-a como quer, pode e não pode. e, por fim, cantai «deixei tudo por ela, deixei,deixei»

  20. A inveja continua muito forte neste país provinciano e pobre.
    É só aparecer alguém do norte, numa capa de qualquer jornal ou revista, para cair o carmo e a trindade.
    Não há pachorra. Que falta de assunto.

  21. Ou sobre isso ou sobre “O sagrado e o profano, a vivência quotidiana da religião, a relação com Deus e o Diabo”, ou sobre o que quiserem, mas façam-me pensar em vez de arranjarem umas imagens engraçadas (como aquela do São Pedro parecer uma pedra que rola para tapar o buraco do céu), e, sobretudo, não se preocupem com a velocidade com que eu chego ao fim do livro.

  22. Ó, Z, tomei nota, vamos pôr os escritores a produzirem para a tua necessidade específica.
    Ainda bem que vieste cá, agora já sabemos.
    Andávamos enganados, a escrever para o boneco.
    Obrigado, pá, iluminaste a nossa vida. Meditar na ironia de ser-se humano é o caminho, embora lá, malta, todos a martelar nessas teclas.

  23. Mas, continuando, e porque não gosto de ser injusto desnecessariamente, pus-me a pensar: então e se o homem é mesmo um génio e eu é que estou cego? Nestas coisas convém questionarmo-nos; quem sabe não vi mal e é de mim? Corri então à FNAC e sentei-me a ler o seu último livro. E, por fim, percebi aquela história de não ter travões, pois ao fim de dez páginas a deslizar ainda não tinha nem uma ideia na mente; nada, nem ideias nem sorrisos sarcásticos… um perfeito correr de letras à minha frente. Lengalenga, é o termo. Lembrei-me logo dos ensinamentos da minha mãezinha, quando em criança lhe perguntei para que serviam os romances. «Para entreter, mas também para pensar!», dizia-me ela; então saí dali a correr e regressei para “A morte de Ivan Ilitch”; um livreco sem pompas que me custou uns módicos noventa cêntimos, mas que ao fim de duas páginas de sorrisos comprometidos me levou a pousar o livro, os óculos e a meditar na ironia de ser-se humano, tão bem expressa em tão poucas palavras…

  24. Não percebo porque é que recorrem sempre a neologismos nos comentários. Será a nossa língua assim tão pobre que tenhamos que recorrer a outras para nos expressar? Outra coisa que não percebo é porque é que (quase) todas as referências ao VHM se centram no seu formalismo inovador (embora não me pareça muito útil para o futuro um Tsunami que se baseia numa fusão entre a língua portuguesa contemporânea e a antiga…). Será esse o valor mais importante presente num escritor? Poderá até ser que ele sinta e perceba a humanidade em geral, e a que o rodeia em particular, como um Tolstoi, um Gabriel Garcia Márquez ou um Camilo Castelo Branco, mas ao ler o seu livro anterior (que não consegui acabar, mesmo com as minúsculas) não me pareceu…

  25. O Sr. Carlos Pereira, se lê a escrita de vhm como um elogio do provincianismo, está a precisar de uma muito provinciana consulta de oftalmologista. Mas, pelo que se depreende da sua “exchange” (perdoem-me o neologismo cosmopolita) com Luis Pis Pis, ele nem sequer se deu ao trabalho de ler vhm. Parece que o vai fazer agora, e a humanidade agradece.

  26. Pingback: Bibliotecário de Babel – A entrevista do valter (excertos)

  27. He, he, he! Gostei da resposta!
    Estou um pouco à margem do que diz, isso do Salazarismo e Estado Novo já estão arquivados junto às naus e ao caminho marítimo para a Índia.
    Custa-me não querermos ser melhor do que aquilo que somos, e custa-me que não possamos ser melhores do que aquilo que somos; mas custa-me mais ainda que não consigamos viver com aquilo que somos e temos, de preferência em festa. Para angústias existenciais já andou muita gente a encher (demasiadas) páginas que estão muito bem fechadas. Em resumo, e sem querer estar a carregar o VHM às costas como se estivéssemos em campanha eleitoral, a entrevista não me pareceu má, nem me parece mau se a prosa dele for provinciana, nem se ele próprio for provinciano; li o anterior romance, gostei, tenho muita expectativa quanto a este; seria mais interessante se ambos o lêssemos, em vez de andarmos a discutir acessórios de modo e de moda. Depois voltamos a conversar.
    Foi um prazer, Carlos.
    Luís

  28. Não, caro Luís, não me quero pôr do lado de “lá” de nada! O que me custa é que continuemos nesta “festa” de que isto aqui é que é bom, do jardinzinho “à beira-mar plantado”, que também não tem mal nenhum, desde que proclamemos como o drº Salazar, orgulhosamente sós! Não é mau ser provinciano, é mau não querer sair disso, pelo menos não querer ver mais do que isso. Esse é, pelo menos desde o Estado Novo, um dos males de Portugal! O “medo de existir” fora do nosso jardinzinho onde se faz gala da pobreza (desde que honesta, claro. Caro Luís, não estou do lado dos justos, nem o cosmopolitismo faz nascer girassóis na cabeça, mas ajuda a ver girassóis onde os provincianos só vêem uma flor que dá sementes que se podem vender para extrair óleo e que também servem de alimentação aos papagaios.

  29. Carlos, obrigado, fez-me perceber que há uma diferença. Mas, talvez por ser pobre e contente, não percebo por que se quer tão orgulhosamente pôr do lado de “lá”, recorrendo a esta manobra de diversão pouco útil, continuando a aprofundar as suas rugas, todo vaidoso por se achar do lado dos justos.

    Diga-me, se um dia alguém me conseguir atestar suficiente cosmopolitismo, vai nascer-me um girassol na cabeça?

  30. “O escritor que não usa maiúsculas para o leitor ficar sem travões”… É de mim, ou esta frase é do tipo: trinaranjus… sem bolhinhas (escorrega melhor)! Será um slogan publicitário para promover um escritor? Uma piada para mentes dotadas? Felizmente existe o tempo, esse juiz implacável, que fará uma (justa) selecção entre o trigo e o joio (já que se fala de provincianismo) ou entre um produto de uma certa classe intelectual e um escritor que deixará marca na humanidade, o que dificilmente acontecerá com frases tolas do tipo: “Fico contente quando percebem que este tipo de pontuação os leva mais rápido ao fim da história (?!)”; ou com ideias tolas do tipo: “…éramos aborrecidamente convencionais: todos brancos, com uma família portuguesa normalíssima, sem nenhuma mega-desgraça e nenhum brilho especial; não temos nenhum amigo africano, nem transexual, somos chatos de tão normais…”, e então, vamos lá conhecer uns ucranianos para ter experiências diferentes…?!

  31. O elogio do provincianismo! Agora é ‘trendy’? Ou é apenas uma maneira de sublimar o fado portuguesinho, as quatro paredes caiadas com um cheiro a rosmaninho, pão e vinho sobre a mesa, e essa grande riqueza que é ser pobre e contente?!! Tenham dó! Uma coisa é escrever sobre provincianismo, não tem mal nenhum. Outra, é ser-se provinciano e tacanho!

  32. Valter Hugo Mãe é um dos escritores portugueses mais incríveis da actualidade. A sua capacidade crítica ligada a uma mestria no domínio da construção do texto fazem dele a maior revelação desde Vergílio Ferreira. É pena que os invejosos do ressabio de sempre prefiram continuar passando um atestado de menoridade às suas próprias leituras.

  33. Bem posto. Além disso, o provincianismo é sempre usado (com preconceito) para agredir, e não para definir uma condição. Não estará isto invertido?, ou estará?

    Escapa-me a razão por que é tão desdenhado, ser-se cosmopolita e citadino é, now in english, overrated.

    A sua utilização literária, sim, é importante; tal como a utilização de tudo o que está contido na vida e na morte, e na elasticidade da imaginação.

    Leiam ou releiam a impressionamente (e divertida) narrativa do Miguel Real n’O Último Minuto da Vida de S, as curiosas fotografias tiradas por ele ao povo que se despede dos soldados embarcando.

    Acho importante deixar aqui dito: o provincianismo não faz mal às rugas. Agredir ou tentar agredir, isso sim.

  34. gostei do “o remorso de baltazar s.” e estou com alguma expectativa em relação a este novo romance… não creio que o provincianismo seja um problema para ele, até porque esse provincianismo, que ele recria muito bem, dão um óptimo colorido à sua escrita…

  35. O tipo é irritante e dejá vu: usa a técnica de imagem do Peixoto, o moço coitadinho que é de Caxinas (o outro é o moço das Galveias), só lhe falta dizer que aprendeu a escrever com o Hélder Postiga, que também é de Caxinas! E depois aquela do cosmopolitismo de Bragança … ele que se enfie num avião e que vá ver o mundo! O mal dos escritores portugueses sempre foi o provincianismo (não só dos escritores, obviamente).

  36. Hummmmmm… Isabel, peço autorização para me pegar com o Paulo Rodrigues.

    Primeiro, pelo insulto às aspas: por que razão (estilo?, do mau?) terá o camaradinha metido chorrilho entre elas? Qual é a intenção?, que significado pretende então dar?, e, se isso é, por que não escreveu logo a palavra que explica isso que queria dizer? Por… inépcia?

    Segundo, por tomar a parte (a indeterminda parte) pelo todo: fui um dos leitores e favor reconheço eu ser a publicação do texto integral. Se o senhorzinho Paulo Rodrigues quer ser ofensivo para com o VHM, faço-o com coragem, da boa.

    Terceiro (e último, tentarei), por afirmar ser uma tolice o que leu. Tenho a certeza de que não leu a poesia nem os romances escritos pelo VHM.
    Do que recordo da entrevista, relatam-se parte da vida do escritor, explicações para o que escreve, entre a realidade sem adulterações, e a constante piscadela de olho à fantasia. Isto é o que está no mundo. Se o extraterreno Paulo Rodrigues considera isso uma tolice, ou valida o abuso de eu o considerar um alienígena, ou valida ser também a sua vida uma tolice.

    Sem mais, e admitindo ser inútil a minha pega de cernelha,

    Paulo G.

  37. Há quem passe pelas ruas com o olhar sempre posto na meta, sem ver pedras, formigas, flores e ervas daninhas, sem reparar que há todo um mundo fora dos seus passos. Há, por outro lado, quem tenha a sorte de fazer mais do que uma viagem num só percurso.
    Sinto-me feliz por estar entre as últimas e aprender dos chorrilhos de coisas com que me deparo.

  38. Verdade é que não se tinha perdido grande coisa com a paginação “deficiente”! Acho que até foi um favor aos leitores ter sido encurtado o “chorrilho” de tolices!

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