Danses Libres

Danses Libres, de François Chaignaud & Cecilia Bengolea junta vários coreografias de François Malkovsky (1889-1982), esquecido experimentalista que se inspirou em Isadora Duncan para criar uma das mais livres leituras da dança no século XX. O espectáculo encontra Suzane Bodak, sua antiga intérprete e guardiã da sua memória, e é de uma beleza estonteante. Aqui imagens de um ensaio:

primeiros balanços

Começam a ouvir-se os primeiros balanços desta edição. Tudo muito morno, é a impressão geral. O pico do festival, normalmente no feriado de 14 de ulho, não trouxe nada de novo. Para os últimos dias quatro estreias importantes: Meg Stuart (Violet), Wajdi Mouawad (Des Femmes), Romeo Castelluci (Sur le concept de la visage du fil de dieu) e Guy Cassiers (Sang & Roses). Àparte as desilusões já esperadas com François Verret (Court-circuits), Rachid Ouramdane (Exposition Universelle) e Pascal Rambert (Cloture d’amour), não se pode dizer que seja um festival de grandes divisões.

Manhãs em Avignon

Com a impiedosa chuva que se abateu sobre Avignon esta madrugada, a conferência de imprensa passou para o segundo andar do Cloitre de Saint-Louis. Daqui a pouco, na mesa, os encenadores Wajdi Mouawad (artista associado 2009, apresenta “Des Femmes”, a partir de Antígona e Electra), Romeo Castelluci (artista associado 2008, apresenta o filme “Parsifal”, a partir da ópera que estreou em Bruxelas em Fevereiro e foi vaiada, e a peça “Sur le concept de la visage du fil de Dieu”), François Berreur (que já por várias vezes esteve em Portugal para trabalhar com os Artistas Unidos a partir de textosd e Jean-Luc Lagarce) e a coreógrafa Meg Stuart (que apresenta “Violet”, que abre a programação do Maria Matos em Setembro).

As conferências são abertas ao público, mas sem direito a perguntas, essas estão reservadas para os jornalistas, já que os encontros para o público acontecem na École d’Art. Mas não deixam de ser muito concorridas. Como é num espaço interior, há uma outra solenidade, e muito menos pessoas também. São assistidas, na sua maioria (no que é uma característica do público do Festival) por pessoas com mais de 40 anos. No geral as pessoas chegam sem saber ao que vêem. Não é raro perguntar quem vai falar. E as conferências, bem como os encontros com o público, são obrigatórias para todos os artistas. Imposição do festival que só faz bem a todos.