Por Filipe Pereira, membro da TIAC
Errar é humano. Tirando as possíveis consequências para terceiros que podem advir desse erro, há que não fazer dramas e aprender com o erro. No entanto, se voltamos a cometer o mesmo erro repetidamente, aí sim poderemos pôr em causa a razão e o propósito desse erro.
E assim está feita a introdução a determinados erros que partidos políticos insistem em cometer. Erros ou decisões premeditadas. Refiro-me à insistência em contar nas suas filas dianteiras com aqueles membros que têm já um historial duvidoso na conduta das suas funções políticas e que, invariavelmente, as complementam com acordos, negociatas e cargos em empresas públicas e privadas onde também, invariavelmente, beneficiam do seu passado político. E assim continuam num ciclo vicioso, até que alguém ou algo interrompa esse mesmo ciclo.
Se quisessemos criar uma tipologia dos políticos em atividade desde o 25 de Abril, eu diria que os poderíamos colocar em algumas poucas categorias. Os genuínos mas iludidos (poucos), os genuínos mas realistas (ainda menos), os oportunistas (a grande maioria) e uma última categoria na qual pretendo focar-me um pouco mais… os políticos de negócios.
São destes últimos a que eu me refiro. Os senhores apresentados neste artigo do Público, são bem conhecidos dos portugueses e do circuito empresarial. No entanto, não parece existir neles qualquer pingo de vergonha nem intenção de abrandar… tanto na participação político-partidária, como na sua influência em negociatas entre o Estado e empresas privadas. E o pior, é que estes dois individuos são apenas dos mais visíveis, logo mais fáceis de reconhecer. No entanto, o parlamento está cheio deles, deputados que do alto das suas bancadas parlamentares, premeiam e permeabilizam a legislação como melhor lhes convém, em prol de interesses e atividades censuráveis. O mínimo de transparência e de ética faria que qualquer um deles se afastasse das suas responsabilidades políticas.
Poder-se-á argumentar que qualquer descrição dos seus interesses e da sua impunidade, bem como de interesses, contatos ou grupos que partilhem não passam de teorias da conspiração. No entanto, tanta coincidência é de estranhar… e em realidade, já estamos para lá da ingenuidade de pensar que depois do 25 de Abril somos todos bem intencionados ou que não há nada a fazer e o problema é cultural. Há que identificar, apontar o dedo e responsabilizar os tais políticos de negócios e, aos poucos, através da participação cívica de todos, substituí-los por daqueles políticos genuínos… os poucos que existem.
cada vez mais convicto que parte de tanta corrupção advem de se aliar interesses financeiros e ocupação de cargos politicos, gostava de interessar mais intervenientes e com visibilidade publica no mudar o sistema politico, com eficiencia e propostas crediveis. Não conseguiremos que quem ajuda abnegadamente um eleito a ser eleito quando da nomeação para os cargos o pretira para nomear outro que até desconhece.temos que separar a gestão profissional da gestão politica – que sempre terá o lema de não remunerada em principio.