Por muitos avanços que tenham feito na prevenção e combate à corrupção dentro de portas, muitos países ocidentais têm fechado os olhos à corrupção de líderes estrangeiros – mesmo quando esses líderes lavam os seus proveitos sujos nos bancos, leiloeiras e imobiliárias de luxo da Europa ou dos EUA.
Uma reportagem recente da televisão norte-americana CNBC mostra-nos um pouco destes meandros, de cumplicidades e compromissos, que acabam protegendo ditadores e líderes corruptos que roubam para si as riquezas dos seus países, muitas vezes à custa da opressão dos seus povos.
Agora, como lembra Benjamin Norsworthy, do gabinete da Transparency International em Bruxelas, a União Europeia está a fazer a revisão dos mecanismos de combate à corrupção e ao branqueamento de capitais na UE. É importante acompanhar de perto este processo e não permitir que os padrões afrouxem. Pelo contrário, é preciso dar mais eficácia aos mecanismos de controlo.
Permitir que os países da UE sejam usados como porto seguro e recreio de alguns dos piores déspotas mundiais mancha a reputação da Europa como espaço de integridade e de defesa dos Direitos Humanos. Pouco valor terá a liberdade dos cidadãos europeus, se for vivida em conluio com os que privam de liberdade (e das riquezas que lhes pertencem por direito) tantos outros povos, em África ou na Ásia.
Tudo verdades. Em minha opinião faltará apenas ao escrever artigos desta natureza não deixar de referir as drenagens de recursos públicos para bolsos privados proporcionados por muitas das políticas seguidas em toda a Europa nos últimos vinte anos, sempre com as respectivas comissões pagas aos tiranetes e dépotazinhos de algibeira que tomam as decisões que permitem esse roubo dos povos europeus…onde andam as polícias e os tribunais? Andarão também a receber comissões? E onde para o património adquirido com o dinheiro desses roubos? Será que o podemos naconalizar para pagar a dívida ilegítima?