A corrupção não é simplesmente uma praga dos países subdesenvolvidos. A realidade é bem mais complexa do que isso, alerta John Christensen, diretor da organização Tax Justice Network. Por cada funcionário ou político corrupto nos países mais pobres de África ou da América do Sul, há dezenas de empresas baseadas nos países mais desenvolvidos que estão disponíveis para pagar subornos e oferecer favores ou contrapartidas em troca de vantagens ilícitas.
Infelizmente, as percepções da corrupção tendem a medir-se apenas no lado de quem aceita subornos, e não de quem os oferece. O resultado, argumenta John Christensen, é uma imagem deturpada do fenómeno, que serve muitas vezes de base a preconceitos racistas ou atitudes desculpabilizadoras — nomeadamente as que desvalorizam a corrupção como um “traço cultural” de alguns países.
Uma reflexão interessante sobre o que significa a corrupção num mundo globalizado. E sobre as responsabilidades que cabem a cada um de nós na promoção de sociedades mais justas e transparentes.