O preço da coragem

Se é verdade que a corrupção está cada vez mais na ordem do dia, em Portugal e no mundo – graças à coragem de ativistas e jornalistas que investigam e denunciam os negócios escuros e as redes de interesse dos poderosos — a verdade é que denunciar a corrupção é muitas vezes um trabalho arriscado.

O último relatório da organização internacional Committee to Protect Journalists, que acaba de ser publicado, dá-nos um retrato preocupante: em 2011, 46 jornalistas foram mortos no desempenho da sua missão, a maior parte em regiões em conflito. E pelo menos 21 foram mortos por escreverem sobre corrupção e denunciarem os crimes de governantes e responsáveis políticos.

Em 2012 esta preocupante tendência parece manter-se: intimidação, prisões, torturas e assassinatos são frequentemente a reação dos poderosos à denúncia dos seus crimes. E mesmo quando os culpados não recorrem à violência para se protegerem, os jornalistas continuam a ter de lidar com pressões políticas e com conflitos de interesses económicos nos órgãos de comunicação onde trabalham.

Combater contra a corrupção é, antes de mais, combater a impunidade. Uma imprensa livre é decisiva para um ambiente de transparência democrática e controlo por parte dos cidadãos. Cabe a cada um de nós exigir essa liberdade e apoiar aqueles que investigam e denunciam os crimes dos poderosos.

Leia no blogue da Transparency International o artigo “Paying a high price for transparency – journalists under fire”

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