Mesmo nos países unanimemente considerados mais “limpos”, onde as estruturas de prevenção e combate à corrupção estão mais desenvolvidas, não deixa de haver riscos. A avaliação do Sistema Nacional de Integridade na Finlândia demonstra as oportunidades para a corrupção e favorecimento que ainda existem no país.
Sobretudo a nível municipal, redes informais de “bons rapazes” próximos do poder local criam facilmente conflitos de interesses, diminuem a transparência da relação entre o poder público e os cidadãos e colocam riscos acrescidos de corrupção. O estudo faz por isso um conjunto de recomendações no sentido de aumentar a transparência em áreas chave, fechar algumas lacunas que persistem na legislação e dar mais meios às instituições responsáveis pelo combate à corrupção.
A avaliação do Sistema Nacional de Integridade é um projeto europeu atualmente em curso em 25 países, que visa medir a eficácia com que as várias instituições responsáveis pela prevenção e combate à corrupção atuam em cada Estado. Em Portugal, o projeto está a ser desenvolvido pela TIAC, em cooperação com o think-tank Inteli e o Instituto de Ciências Sociais.
A Finlândia é considerada um dos países menos corruptos do mundo. A última edição do Corruption Perceptions Index, lançado em dezembro de 2011 pela Transparency International, coloca a Finlândia no segundo lugar do ranking de países mais transparentes, logo a seguir à Nova Zelândia e a par com a Dinamarca. O estudo das vulnerabilidades do seu Sistema Nacional de Integridade lembra-nos que o combate à corrupção não é uma cruzada episódica mas um trabalho constante, que deve ser assumido de forma permanente e persistente por instituições bem capacitadas.
Conheça o projeto português de avaliação do Sistema Nacional de Integridade